O Ministério Público da Costa Rica abriu uma investigação contra o presidente do país, Rodrigo Chaves, e vários integrantes do governo por "tráfico de influência" após uma denúncia de um empresário contra o presidente, informou o órgão à AFP nesta terça-feira (1º).
Em um comunicado, o Ministério Público assinalou que o expediente foi aberto "com base na denúncia interposta pelo senhor [Leonel] Baruch", presidente da Corporação BCT, entidade bancária costarriquense, e membro da junta diretiva do meio de comunicação CR Hoy, que tem uma cobertura crítica a Chaves.
Além do presidente, o MP também investiga o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez; um assessor do chefe de Estado, Gabriel Vargas; a presidente-executiva do Instituto Nacional das Mulheres (Inamu), Adilia Caravaca Zúñiga; e a ex-esposa de Baruch, Yafit Ohana.
Em 25 de julho, o empresário denunciou Chaves por supostamente interferir, junto com os outros funcionários do governo, no processo de divórcio entre ele e Ohana e na disputa pela guarda de seus filhos.
Baruch denuncia que sua ex-esposa recebeu tratamento favorável por parte do governo em seu divórcio depois de contribuir na criação de um vídeo para as redes sociais que foi utilizado pelo ministro da Fazenda, Nogui Acosta, para denunciar um suposto caso de evasão fiscal.
A disputa entre Baruch e Chaves veio à tona através de um comunicado enviado pelo advogado do empresário, Cristian Arguedas, no qual confirmava que "não resta outra alternativa que as ações legais empreendidas hoje contra o presidente da república e demais participantes em ações semelhantes".
O crime de tráfico de influência é penalizado na Costa Rica com entre dois e cinco anos de prisão.
Esta é a segunda investigação aberta contra o presidente por parte do MP em menos de um mês.
Em 17 de julho, o órgão abriu um expediente por suspeita de "abuso de poder", depois que Chaves viajou para a Letônia, país natal de sua esposa, após uma viagem oficial à Bélgica para participar da cúpula UE-Celac.
* AFP