O governo argentino lançou medidas para tentar fortalecer o consumo, limitar o impacto da desvalorização do peso e enfrentar a inflação, que supera 100% ao ano, anunciou no domingo (27) o ministro da Economia, Sergio Massa.
As medidas incluem abonos fiscais e o pagamento de bônus extraordinários a trabalhadores e aposentados, no contexto do Programa de Fortalecimento da Atividade Econômica e do Salário.
Massa, que é candidato à Presidência pelo partido governista União pela Pátria, explicou que o objetivo central é que cada um dos setores da economia tenha, de alguma forma, o apoio do Estado.
— A Argentina tem um empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2018, que forçou uma desvalorização da nossa moeda nos últimos dias, e a pior seca da nossa história, que prejudicou nossas reservas e contas, mas que também atingiu a economia de muitas famílias — ressaltou o ministro.
Bônus e créditos
Entre os anúncios, está o da criação de um fundo para financiar exportações de US$ 770 milhões, com aportes do Banco Nación e do Banco de Inversión y Comercio Exterior (Bice).
O governo também anunciou a eliminação de impostos sobre a exportação de produtos agrícolas com valor industrial agregado, como vinho, arroz e tabaco, e a entrega de fertilizantes. O governo estimou o prejuízo global deste ano devido à seca em US$ 20 bilhões, ou quase 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por outro lado, Massa anunciou linhas de crédito a taxas subsidiadas para trabalhadores, e bônus para aposentadorias e para aqueles que recebem ajuda alimentar.
A bateria de medidas é anunciada após a desvalorização do peso em cerca de 20% realizada pelo Banco Central argentino neste mês e o aumento em 21 pontos percentuais da taxa de referência, para 118% ao ano, decisões que desencadearam uma aceleração na subida dos preços.
As medidas também são lançadas em meio à campanha eleitoral, após os resultados das primárias, em que o ultraliberal Javier Milei foi o mais votado (30%), seguido pela oposição de direita Juntos pela Mudança (28,3%) e pelo governista União pela Pátria (27,3%), que consagrou Massa como candidato à Presidência.