Dois jovens brasileiros estão detidos desde 23 de agosto na Tailândia por um erro de comunicação durante entrevista para obtenção de visto no país asiático. Eles alegam que se confundiram com a língua inglesa e disseram que estavam de férias, quando, no pedido de visto, constava que viajavam a trabalho.
Com o visto negado para ingresso no Camboja, destino final da viagem, eles serão deportados para o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso.
Gabrielle Carolline Barroso Pena, de 28 anos, divulgou vídeos na rede social Tik Tok relatando que está em situação de cárcere, sem ter cometido crime. Ela e o amigo brasileiro Alex Sandro de Lima Caetano embarcaram em Brasília tendo como destino final o Camboja, onde iriam trabalhar em uma empresa.
No dia 23 de agosto, quando chegaram ao aeroporto de Bangkok, tiveram problemas com o visto.
— Deu uma confusão porque a gente não conseguiu se comunicar em inglês. Era a trabalho, mas a gente falou férias e deu errado — contou a jovem à coluna Grande Angular, do site Metrópoles.
Os dois brasileiros assinaram os documentos para a deportação e foram levados para uma sala de detenção. No vídeo, a jovem relata que o local "é um tipo de prisão", com beliches e colchões ruins.
Segundo ela, tem baratas nos quartos e a comida é servida em potes plásticos. Ela e o amigo tiveram febre, vômitos e diarreia, mas não receberam ajuda. Gabrielle reclamou da falta de informações sobre o processo de extradição e o voo de volta ao Brasil.
Conforme o site do Ministério das Relações Exteriores, os brasileiros que desejam ingressar no Camboja, via Tailândia, precisam preencher um formulário de visto distribuído durante o voo ou nos postos de fronteira. Há uma taxa a ser paga em dólares e as informações são checadas durante a entrevista, no aeroporto.
O Itamaraty informou que o caso dos brasileiros está sendo acompanhado por meio da Embaixada do Brasil em Bangkok e que os nacionais recebem assistência consular. Conforme a pasta, em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação, o ministério não pode fornecer dados mais detalhados sobre o caso.