As autoridades tunisianas fecharam os escritórios do movimento conservador islâmico Ennahdha em todo o país nesta terça-feira (18), um dia após a prisão de seu líder, Rached Ghannouchi.
"Uma força policial apareceu na sede principal do partido [em Túnis] e ordenou que todos os presentes saíssem e depois a fechou", disse Riadh Chaibi, um dos líderes do Ennahdha, à AFP.
"A polícia também fechou os escritórios de outros partidos em todo o país e proibiu todas as reuniões nestes locais", acrescentou.
O líder do partido, Rached Ghannouchi, foi preso na segunda-feira em sua casa em Túnis.
O chefe da Frente de Salvação Nacional (FSN), a principal coalizão da oposição, à qual pertence o Ennahdha, disse que a polícia proibiu, nesta terça-feira, uma entrevista coletiva de seu grupo para responder à detenção de Ghannouchi.
"A polícia impediu a realização da coletiva de imprensa e colocou barreiras em frente à sede do partido", disse Ahmed Néjib Chebbi.
A União Europeia informou acompanhar "com grande preocupação os últimos acontecimentos" no país, citando a prisão de Ghannouchi e o fechamento dos escritórios de seu partido.
Ghannouchi, de 81 anos, que presidiu o agora dissolvido Parlamento, é o principal opositor. Está detido desde o golpe de Estado do presidente Kais Saied em julho para tomar todos os Poderes.
Desde fevereiro, as autoridades prenderam mais de 20 opositores, entre ex-ministros, empresários e o dono da rádio mais ouvida do país, a Mosaïque FM.
* AFP