O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, pediu perdão aos parentes dos 57 mortos na pior tragédia ferroviária já ocorrida no país. No domingo (5), ocorreram novos protestos nas ruas de Atenas em razão do acidente, que resultaram em confrontos com a polícia.
"Como primeiro-ministro, devo a todos, mas acima de tudo aos familiares das vítimas, desculpas. Na Grécia, em 2023, não é possível que dois trens circulem pela mesma via em sentidos opostos e que ninguém se dê conta", escreveu o líder em mensagem aos gregos publicada nas redes sociais.
Em Lárissa, cidade mais próxima ao local do acidente, o chefe da estação compareceu perante um juiz e foi acusado formalmente de responsabilidade pela "morte de um grande número de pessoas". Vassilis Samaras, 59 anos, admitiu sua responsabilidade pela colisão frontal e foi colocado em prisão preventiva.
— O interesse pelos lucros e a falta de medidas para proteger os passageiros levaram à pior tragédia ferroviária do nosso país — afirmou em entrevista Michalis Hasiotis, presidente de um sindicato de contadores.
No domingo, cerca de 12 mil pessoas, segundo a polícia, reuniram-se em frente ao Parlamento, em Atenas, em protestos convocados por estudantes, ferroviários e funcionários. Centenas de balões foram lançados ao céu em homenagem às vítimas.
Nas próximas semanas, a investigação do caso pode apresentar também medidas judiciais, se necessário, contra membros da administração da companhia ferroviária grega Hellenic Train. A empresa é acusada de várias negligências que levaram à colisão.
A companhia se defendeu, na noite de sábado (4), alegando que "esteve presente no local desde o primeiro momento" e que disponibilizou "uma central de atendimento (...) para prestar informações".
A Hellenic Train também indicou que é responsável apenas pelo transporte de passageiros e mercadorias, mas que a gestão da rede, sua manutenção e modernização são de responsabilidade da estatal ferroviária OSE.