Um sexto policial de Memphis foi suspenso pelo espancamento fatal de Tyre Nichols, jovem negro cuja morte abalou os Estados Unidos, informaram as autoridades nesta segunda-feira (30). Nichols, 29 anos, foi morto após ser detido em um controle de trânsito em 7 de janeiro.
Vídeos do episódio mostram os outros cinco agentes, todos negros, agredindo o jovem com socos, chutes e golpes de cassetetes, enquanto ele geme e grita por sua mãe. Nichols morreu três dias depois no hospital e será enterrado na quarta-feira (1º), em Memphis.
— O agente Preston Hemphill, assim como os outros cinco já acusados de homicídio, foi afastado do cargo no início da investigação sobre a morte de Tyre Nichols — disse Kom Elder, porta-voz da polícia do Memphis.
Hemphill, que entrou na corporação em 2018, está suspenso à espera do resultado da investigação em andamento. Na semana passada, os outros cinco policiais, que foram demitidos, foram acusados de assassinato em segundo grau pela agressão.
Ben Crump e Antonio Romanucci, advogados da família da vítima, disseram em comunicado que Hemphill usou uma arma de choque contra Nichols no começo do confronto. Mas o advogado de Hemphill afirmou ao jornal The Washington Post que ele não se juntou aos demais na cena do espancamento.
Em nota, a família de Nichols disse que era "extremamente decepcionante" que Hemphill não tivesse sido demitido e acusado pelo caso: "Certamente surge a pergunta de por que o agente branco envolvido neste brutal ataque foi protegido e isolado da visão do público e, até a data, de suficiente disciplina e prestação de contas. A polícia de Memphis deve resposta a todos nós".
No sábado, a polícia de Memphis desativou a Scorpions, unidade especial à qual pertenciam os agentes. A unidade, cuja sigla em inglês significa Operação de Crimes de Rua para Restaurar a Paz em Nossos Bairros, foi criada em 2021 para atuar nas áreas de alta criminalidade no sul da cidade.