O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou nesta terça-feira (1) estado de exceção em duas províncias costeiras, Guayas e Esmeraldas. Nos dois locais, uma onda de violência de quadrilhas de narcotraficantes provocou a morte de ao menos cinco policiais.
Em discurso transmitido por rádio e televisão, o presidente também determinou um toque de recolher a partir das 21h pelo horário local (23h em Brasília). Entretanto, Lasso não detalhou até quando a medida irá se estender.
A Constituição permite que o presidente decrete estado de exceção em caso de grave comoção interna, podendo dispor do uso das Forças Armadas.
Antes dos atos violentos desta terça, o titular do ministério do interior, Juan Zapata, já havia anunciado que dois policiais foram mortos em Guayaquil e outros dois feridos. Do início deste ano até o mês de novembro, já foram registradas pelas autoridades a morte de 61 policiais, devido a violência no país.
A criminalidade registrada no Equador, onde quadrilhas de traficantes disputam de forma agressiva o poder em prisões e nas ruas, também foi responsável pela retenção temporária de oito agentes penitenciários em um centro de reclusão da cidade portuária de Esmeraldas noroeste, capital da província que leva o mesmo nome.
Organizações do narcotráfico realizaram uma dezena de ataques com explosivos e tiros em instalações policiais e postos de gasolina como resposta à transferência de presos do presídio Guayas 1, em Guayaquil, um dos principais cenários dos reiterados massacres entre detentos, que deixaram 400 mortos desde fevereiro de 2021.