O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, questionou neste sábado (12) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da OEA, por rejeitar o regime de exceção há sete meses em vigor para combater as gangues nesse país centro-americano.
"Se a @CIDH fosse um verdadeiro organismo de direitos humanos, estaria feliz que em El Salvador se proteja tão fortemente o direito humano mais importante: o direito à vida. Continuamos a guerra contra as gangues", escreveu Bukele no Twitter.
Após uma escalada de 87 assassinatos cometidos em dois dias no país, Bukele, com o apoio do Congresso dominado pelo partido da situação, estabeleceu em 27 de março um regime de exceção que vem sendo prorrogado mês a mês. Ele permite prisões sem mandado judicial.
Cerca de 57.000 suspeitos de serem membros de gangues foram detidos até agora.
Na sexta-feira, a CIDH, entidade autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA), expressou "preocupação" com as extensões desse regime e com a "persistência de prisões em massa e presumivelmente arbitrárias" sem cumprir "garantias judiciais". Por esse motivo, convocou o Estado salvadorenho a cumprir suas obrigações em matéria de direitos humanos.
"Preocupa, particularmente, a morte de pelo menos 73 pessoas detidas durante o regime de exceção", diz o comunicado da CIDH.
Segundo a Comissão, El Salvador registrou mais de 116.000 mortes como resultado da atividade criminosa das gangues.
Em um vídeo no Twitter, Bukele se perguntou "o que a CIDH fez nos últimos 30 anos enquanto as gangues massacravam nosso povo?".
* AFP