Os 30 aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assinaram os protocolos de adesão da Finlândia e da Suécia nesta terça-feira (5), enviando as propostas das duas nações às capitais da aliança para aprovações legislativas. A medida aumenta ainda mais o isolamento estratégico da Rússia desde a invasão da Ucrânia em fevereiro e representa uma expansão da influência ocidental em direção ao Leste.
— Este é realmente um momento histórico para a Finlândia, para a Suécia e para a Otan — disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.
Os 30 embaixadores e representantes permanentes aprovaram formalmente as decisões da cúpula da Otan da semana passada, quando a aliança tomou a decisão histórica de convidar a vizinha Finlândia e a parceira escandinava Suécia para aderir ao grupo.
Apesar do acordo, a efetivação dos novos Estados-membros ainda depende da aprovação dos pedidos nos parlamentos de cada um dos países da aliança — e a aprovação na Turquia ainda é um desafio em aberto, apesar da aceitação inicial.
Na semana passada, o líder turco Recep Tayyip Erdogan alertou que Ancara ainda pode bloquear o processo se os dois países não atenderem plenamente exigências da Turquia — Ancara pede há anos para Estocolmo a extradição de ativistas curdos e pessoas próximas ao movimento fundado pelo pregador Fethullah Gülen, acusado pelas autoridades turcas de estimular a tentativa de golpe de Estado de julho de 2016.
Ainda assim, uma recusa da Turquia permanece como uma ameaça preocupante, uma vez que a adesão à Otan deve ser formalmente aprovada pelos 30 países, o que implica que cada um possui poder de veto.
O secretário-geral da aliança disse que não esperava nenhuma mudança de opinião:
— Havia preocupações de segurança que precisavam ser abordadas. E fizemos o que sempre fazemos na Otan. Encontramos um terreno comum.
Cada nação da aliança tem diferentes desafios legislativos e procedimentos para lidar, e pode levar vários meses para que os dois se tornem membros oficiais.
— Aguardo um rápido processo de ratificação — disse o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto.
A invasão russa da Ucrânia deu maior urgência ao processo. Abrigará as duas nações na aliança militar ocidental e dará à Otan mais influência, especialmente diante da ameaça militar de Moscou.
— A assinatura dos protocolos de adesão é um passo importante para nossa integração plena. A próxima fase será o processo de ratificação em cada um dos países aliados — declarou a ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde.
— Seremos ainda mais fortes, e nosso povo ficará ainda mais seguro ao enfrentarmos a maior crise de segurança em décadas — disse Stoltenberg.
(Com agências internacionais)