As sanções adotadas pelos países ocidentais contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia vão desde um embargo às importações de petróleo até o congelamento de bens.
Energia
A União Europeia, que tem sido amplamente criticada por não cortar suas importações de petróleo russo, chegou a um acordo nessa segunda-feira (30) para cortar a maior parte de suas compras até o final do ano, mas isentou a Hungria.
Cerca de 90% das exportações de petróleo russo para a UE vão parar, disseram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente francês, Emmanuel Macron.
O bloco já planejava cortar dois terços de suas importações de gás russo até o final do ano e proibiu os europeus de fazer novos investimentos nesse setor essencial para a economia russa. As compras de carvão russo cessarão em agosto.
Outra decisão simbólica é a suspensão do gasoduto Nord Stream 2 que foi construído para aumentar o volume de gás russo vendido para a Alemanha.
O Reino Unido prometeu interromper as importações russas de carvão até o final do ano, assim como petróleo e produtos derivados. O governo dos Estados Unidos, por sua vez, anunciou um embargo às importações de petróleo e gás russos.
Transportes
A União Europeia fechou seus portos para navios russos e vetou a circulação de caminhões da Rússia e de Belarus. O espaço aéreo dos membros da UE, bem como dos Estados Unidos, Canadá, Suíça, Noruega e Islândia, já foi fechado para aviões russos e várias companhias aéreas suspenderam seus voos para a Rússia.
A indústria aeronáutica é a mais afetada com a proibição de exportação de aeronaves, peças de reposição e equipamentos e a suspensão da manutenção das aeronaves registradas na Rússia das gigantes Airbus e Boeing.
Em maio, o Reino Unido também proibiu as principais companhias aéreas russas, incluindo a Aeroflot, de vender seus slots vagos nos aeroportos.
Comércio
As sanções europeias preveem a restrição das exportações para a Rússia de carros e bens de luxo, como relógios, mas também semicondutores e equipamentos de alta tecnologia.
A lista de importações russas proibidas pelos países da UE foi ampliada para incluir produtos de aço, cimento, borracha, diamantes e madeira. A vodca da Rússia e frutos do mar sofisticados também foram proibidos na Europa e nos Estados Unidos.
Os dois blocos também revogaram o status comercial da Rússia e de Belarus, privando-os da cláusula de "nação mais favorecida" e impondo tarifas punitivas sobre suas exportações.
Setor financeiro
Depois de proibir a Rússia de pagar sua dívida com dólares depositados em bancos americanos, o Tesouro dos Estados Unidos proibiu em maio Moscou de pagar suas dívidas na moeda americana, tornando provável um calote.
Washington também impôs ao principal banco russo, o Sberbank, o congelamento de todos os seus ativos "em contato com o sistema financeiro americano".
Na segunda-feira, a UE anunciou a exclusão deste gigante russo do sistema bancário internacional Swift, um mecanismo essencial das finanças internacionais que permite comunicações e transações rápidas e seguras. Antes, já havia excluído os principais bancos do país desse sistema.
Os Estados Unidos e a UE, seguidos por outros países, proibiram todas as transações com o Banco Central russo e congelaram seus ativos em moeda estrangeira.
Personalidades
Centenas de personalidades russas foram sancionadas, incluindo as duas filhas do presidente Vladimir Putin, que estão nas listas dos Estados Unidos, da UE e do Reino Unido.
Na segunda-feira, a UE estendeu sua lista para cerca de 60 pessoas, incluindo o chefe da Igreja Ortodoxa russa, o patriarca Kirill, que agora está proibido de entrar na UE e tem bens congelados.
O próprio presidente russo está sujeito a sanções, assim como o bielorrusso Alexander Lukashenko e o presidente da petrolífera estatal russa Rosneft, Igor Sechin. Desde o início da invasão russa, Londres afirma ter sancionado mais de mil pessoas, incluindo oligarcas, e cem entidades.