A União Europeia (UE) e alguns países, como Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido, acusaram as autoridades russas, nesta terça-feira (10), de lançarem um ciberataque contra uma rede de satélites apenas uma hora antes de iniciarem a invasão da Ucrânia, de modo a preparar o caminho para sua ofensiva.
De acordo com comunicado de Josep Borrell, alto representante para a Política Externa e de Segurança da UE, esta foi a primeira vez que o bloco econômico responsabilizou formalmente as autoridades russas por realizarem um ataque cibernético.
A União Europeia e seus Estados-membros, juntamente com seus parceiros internacionais, condenam energicamente a atividade cibernética maliciosa realizada pela Federação da Rússia contra a Ucrânia, que teve como alvo a rede de satélites KA-SAT, operada pela Viasat. O ciberataque aconteceu uma hora antes da invasão da Rússia à Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, o que facilitou a agressão militar, diz nota publicada.
Segundo Josep, o ataque causou interrupções significativas entre as autoridades públicas, empresas e usuários na Ucrânia, além de afetar vários Estados-membros da UE. Borrell ainda lembrou que o bloco já havia dito que os ataques cibernéticos eram procedentes da Rússia, mas que, agora, tinha evidências suficientes para atribuir tal ofensiva ao Estado russo.
Em um comunicado, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, assinalou, por sua vez, que, nos meses prévios à invasão russa, a Ucrânia foi alvo de uma série de operações cibernéticas disruptivas. Na mesma nota, Blinken acrescentou que o ciberataque russo ao sistema de satélite tinha como objetivo afetar a cadeia de comando e controle da Ucrânia durante a invasão, em uma ação que teve consequências em outros países europeus.
Já a ministra de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, disse que havia evidência clara e chocante de um ataque deliberado e malicioso por parte da Rússia, que teve um impacto significativo para pessoas e negócios na Ucrânia e em partes da Europa.
Simultaneamente, uma porta-voz da Chancelaria alemã declarou que o governo de Berlim se somava à condenação de um ataque que claramente buscava prejudicar as comunicações ucranianas no dia do início da invasão russa.