O júri que concede o prêmio Pulitzer prestigiou, nesta segunda-feira (9), com uma "menção especial", os jornalistas ucranianos por seu "valor, resistência e compromisso" na cobertura da invasão do seu país pela Rússia.
A homenagem foi revelada durante o anúncio dos vencedores da edição de 2022 dos prêmios concedidos anualmente pela Universidade de Columbia, em Nova York.
— O júri dos prêmios Pulitzer tem o prazer de conceder uma menção especial aos jornalistas ucranianos por sua coragem, resistência e compromisso com a verdade durante a implacável invasão do seu país por Vladimir Putin e a sua guerra de propaganda na Rússia — disse a administradora dos prêmios, Marjorie Miller.
— Apesar dos bombardeios, dos sequestros, da ocupação e até mesmo dos mortos em suas fileiras, (os jornalistas ucranianos) perseveraram para oferecer uma imagem precisa de uma realidade terrível, trazendo honra à Ucrânia e a jornalistas de todo o mundo — disse Miller na cerimônia de entrega dos prêmios em Nova York.
Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), uma ONG internacional com sede em Nova York, sete jornalistas — três deles ucranianos — morreram na Ucrânia desde a invasão russa, que teve inicio em 24 de fevereiro.
O The New York Times levou três prêmios. O jornal venceu na categoria de informação internacional por relatar mortes de civis em bombardeios aéreos liderados pelos Estados Unidos no Oriente Médio, particularmente no Iraque, Síria e Afeganistão.
Também foi vencedor por sua investigação sobre as operações policiais mortais nos Estados Unidos.
A jornalista Salamishah Tillet ganhou a categoria de crítica por seus artigos sobre racismo na arte e na cultura.
O The Washington Post foi o vencedor na categoria de serviço público por seu "relato convincente e vívido" da invasão dos apoiadores do ex-presidente Donald Trump ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Cinco fotógrafos da agência Getty ganharam na categoria de fotografia pela cobertura gráfica que fizeram deste mesmo evento.
Dividem o prêmio com Marcus Yam do Los Angeles Times, que foi reconhecido por suas imagens da saída das forças americanas do Afeganistão em agosto passado.