Quase dois terços dos 3,5 milhões de habitantes de Kiev retornaram à capital ucraniana, que ficou praticamente deserta no início da invasão russa, em 24 de fevereiro, afirmou o prefeito da cidade, Vitali Klitschko.
— Antes da guerra Kiev tinha 3,5 milhões de habitantes, quase dois terços retornaram — disse Klitschko.
— Apesar do toque de recolher em vigor, dos controles nas estradas, as pessoas podem efetivamente retornar se essas circunstâncias não as assustam — disse o prefeito, que até agora havia pedido aos habitantes da capital que fugiram que tivessem paciência antes de retornar.
Klitschko destacou que não pode proibir que os moradores de Kiev retornem à capital, mas pediu cautela.
— Se você tem a oportunidade de estar em um local mais seguro, onde não há risco para sua vida e sua saúde, por favor fique — declarou.
No dia 10 de março, duas semanas depois do início da invasão russa, o prefeito de Kiev informou que metade da população da cidade havia fugido e que "permaneceram pouco menos de dois milhões de pessoas".
Mais de oito milhões de deslocados internos
Mais de oito milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas e encontrar abrigo em outros lugares da Ucrânia, devido à invasão russa deflagrada em fevereiro, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Além dos deslocados internos, 5,9 milhões de ucranianos fugiram do país desde o início da guerra. O número da OIM para os deslocados internos do conflito inclui dados até 3 de maio e representa um aumento na comparação com as 7,7 milhões de pessoas registradas em 17 de abril.
— As necessidades dos deslocados internamente e de todos os afetados pela guerra na Ucrânia aumenta a cada hora que passa — afirmou o diretor geral da OIM, Antoinio Vitorino.
Dos deslocados internos, 63% são mulheres e quase metade foi obrigada a abandonar suas casas no leste do país, onde está concentrada a ofensiva russa. As estimativas apontam que mais de 3,9 milhões de pessoas fugiram de suas casas no leste, 1,65 milhão na região de Kiev e 1,3 milhão no norte do país. De acordo com o balanço, 36% dos deslocados, ou seja, 2,9 milhões de pessoas, estão em lugares relativamente seguros no oeste do país.