A União Europeia (UE) deseja aplicar um embargo progressivo sobre o petróleo e derivados comprados da Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia, afirmou nesta quarta-feira (4) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao apresentar o sexto pacote de sanções contra Moscou.
A política alemã destacou que envia uma mensagem aos promotores da guerra: "Nós sabemos quem são e vamos responsabilizá-los".
— Vamos renunciar progressivamente ao fornecimento russo de petróleo em um período de seis meses e de produtos derivados do petróleo até o fim do ano — afirmou a dirigente no Parlamento Europeu de Estrasburgo.
Von der Leyen admitiu que a tarefa "não será fácil"
— Alguns Estados-membros dependem em grande medida do petróleo russo, mas temos que trabalhar na questão. — A intenção, acrescentou, é que a proibição inclua todo o petróleo russo "transportado por mar e por oleodutos, bruto e refinado".
Fontes diplomáticas em Bruxelas confirmaram à AFP que a proposta foi distribuída aos países-membros pouco antes da meia-noite de terça-feira.
O pacote precisa ser aprovado por unanimidade pelos Estados-membros para que possa ser implementado e, segundo uma fonte diplomática, a lista de pessoas e entidades objetos de sanções pode sofrer modificações. Além disso, a UE propõe fechar o espaço europeu a "três grandes emissoras estatais russas".
— Não permitiremos mais que distribuam seu conteúdo na UE, em qualquer forma, por cabo, através de satélite, na internet ou por aplicativos de smartphones — disse.
As emissoras foram identificadas como "alto-falantes que amplificam as mentiras de Putin e a propaganda de forma agressiva. Não devemos mais dar a elas um palco para divulgar estas mentiras". No discurso, Von der Leyen anunciou que a UE pretende que o novo pacote de sanções inclua três bancos russos, incluindo o Sberbank, o maior do país.
— Atingir os bancos de importância sistêmica essencial para o sistema financeiro russo reforçará o isolamento total da Rússia e enfraquecerá sua capacidade de financiar a guerra na Ucrânia — disse a alemã.
Como consequência das sanções da UE, sete instituições financeiras russas já foram excluídas do sistema Swift, um mecanismo interbancário de mensagens que permite ordens de transferência e de pagamento internacionais.
Von der Leyen delineou desta forma o sexto pacote de sanções contra a Rússia pela guerra na Ucrânia, que inclui uma grande lista de personalidades que seriam sancionadas, incluindo o chefe da Igreja Ortodoxa russa, o patriarca Kirill. Ele é o principal líder da Igreja Ortodoxa russa, que tem 150 milhões de fiéis no mundo. De acordo com os documentos aos quais a AFP teve acesso, Kirill é descrito como um "aliado de longa data do presidente Vladimir Putin e que se tornou um dos principais apoiadores da agressão militar" na Ucrânia.