Mais de 200 pessoas foram detidas nesta terça-feira (3) nas manifestações na capital da Armênia, Yerevan, contra o primeiro-ministro Nikol Pashinyan, acusado de querer ceder o enclave separatista de Nagorno Karabakh ao Azerbaijão, informou o Ministério do Interior.
Os protestos começaram no domingo com a oposição exigindo a renúncia do primeiro-ministro.
Nesta terça-feira, algumas cenas caóticas protagonizaram o centro de Yerevan e a polícia "prendeu 206 manifestantes", afirmou o Ministério do Interior, enquanto grupos de manifestantes bloquearam o trânsito em todas as ruas principais.
Nagorno Karabakh, uma região que Azerbaijão e Armênia disputam há trinta anos, foi alvo de uma guerra de seis semanas em 2020, que deixou mais de 6.500 mortos e que terminou com um cessar-fogo negociado pela Rússia.
Como parte deste acordo, a Armênia cedeu partes do território que controlava desde os anos 1990 (por outra guerra) e uma força de paz russa foi enviada para a região.
Em abril, o primeiro-ministro armênio disse ao Parlamento que "a comunidade internacional pede à Armênia para reduzir suas exigências sobre Nagorno Karabakh" e a oposição viu nessas declarações um indício de que Pashinyan queria entregar todo esse território ao Azerbaijão.
* AFP