O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, convidou nesta terça-feira (22) o papa Francisco a atuar como mediador nas negociações entre Ucrânia e Rússia, que iniciou uma guerra contra o país vizinho no final de fevereiro.
"Apreciaríamos o papel de mediador da Santa Sé para acabar com o sofrimento humano" na Ucrânia, tuitou Zelensky após um telefonema com o Papa, depois que o Kremlin julgou que as negociações atuais com Kiev não foram suficientemente "substanciais".
O presidente ucraniano declarou que informou a "Sua Santidade sobre a situação humanitária difícil e o bloqueio dos corredores humanitários pelas tropas russas" e agradeceu as "orações pela Ucrânia e pela paz" feitas pelo pontífice.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, que deixou milhares de mortos, principalmente civis, o papa Francisco reiterou os apelos à paz. Em uma oração pública em 16 de março, pediu perdão a Deus em nome dos humanos que "continuam bebendo o sangue dos mortos destruídos pelas armas".
A Ucrânia, um país majoritariamente ortodoxo, conta com uma importante minoria greco-católica dependente do Vaticano, concentrada principalmente no oeste do país. Esta confissão católica de rito oriental, que é a terceira Igreja na Ucrânia, afirma ter 5,5 milhões de fiéis na ex-república soviética, que antes da guerra tinha cerca de 40 milhões de habitantes.
Quase 9% dos ucranianos afirmam pertencer à Igreja, enquanto 58% se reivindica como parte da Igreja ortodoxa independente e 25% como parte do Patriarcado de Moscou, segundo uma pesquisa de 2021.