Presos pelos talibãs há dois dias, em Cabul, dois jornalistas da emissora afegã Ariana TV foram soltos nesta quarta-feira (2) - informou um funcionário do veículo para o qual ambos trabalham.
Os repórteres "foram liberados após terem sido absolvidos", disse à AFP o diretor de Informações da rede, Ali Asghari, que não quis dar detalhes do caso "por questões de segurança".
Sem fazer qualquer referência aos talibãs, um diretor da Ariana TV revelou ontem que os jornalistas foram detidos por homens armados e mascarados, na frente da sede da emissora, quando saíam para almoçar.
A Associação de Imprensa Afegã afirmou que os dois foram levados para um local desconhecido. Este grupo foi formado recentemente para defender esta categoria profissional.
Os talibãs prometeram à Ariana que abririam uma "investigação".
A Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA, na sigla em inglês) manifestou sua preocupação e pediu "aos talibãs, encarecidamente, que explicassem, em público, o motivo pelo qual os jornalistas foram detidos".
A Anistia Internacional condenou a prisão dos repórteres, considerando-a "injustificável".
Desde que retomaram o poder em agosto passado, os talibãs reprimiram vozes dissidentes, prendendo seus opositores e dispersando à força qualquer manifestação contra seu regime.
Vários jornalistas afegãos foram agredidos na cobertura destes protestos, declarados proibidos pelos talibãs.
* AFP