A Rússia vetou nesta sexta-feira (25) uma resolução do Conselho de Segurança promovida pelos Estados Unidos e pela Albânia condenando a agressão russa à Ucrânia. A votação teve ainda as abstenções de China, Índia e Emirados Árabes Unidos. O Brasil votou a favor da resolução.
A resolução recebeu o voto favorável de 11 dos 15 membros, mas o direito de veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes do mais alto órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), ao lado de Estados Unidos, China, França e Reino Unido, condenava o texto, apesar de ter sido suavizado horas antes para "garantir" abstenções e impedir que três países votassem contra, segundo um diplomata.
A palavra "condenar" foi retirada do texto proposto e substituída por "deplorar", uma referência ao Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê um possível recurso à força, também suprimido.
O texto, que foi apoiado por cerca de 60 países, também instou a Rússia a "cessar imediatamente o uso da força" e "abster-se de qualquer ameaça ilegal ou uso de força contra um Estado membro da ONU".
A resolução pedia que a Rússia "retirasse imediata, completa e incondicionalmente" suas forças militares da Ucrânia e "revertesse" a decisão de reconhecer a independência das províncias do leste ucraniano de Donetsk e Luhansk, em guerra, uma vez que "viola a integridade territorial".
O embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho reforçou que as nações devem se empenhar para colocar fim ao conflito armado.
— O mundo não pode se dar ao luxo de chegar a um ponto sem volta. O Brasil tentou buscar o equilíbrio, ao passo que o uso da força não é aceitável — disse.
Ao votar a favor da resolução apresentada pelos Estados Unidos, a diplomacia brasileira lamentou que o Conselho de Segurança foi incapaz de reagir às violações do território ucraniano.
— Não é tarde demais para parar essa loucura — pediu o embaixador albanês, Ferit Hoxha, defendendo o texto.
Após a rejeição do Conselho de Segurança, um texto semelhante poderia ser enviado à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde as resoluções não são vinculantes e não há direito de veto para nenhum de seus 193 membros.