A União Europeia (UE) registrou em 2020 o maior número anual de mortes verificadas em 60 anos, em função da pandemia, o que contribuiu para uma leve redução da população no bloco - informou a agência Eurostat nesta sexta-feira (9).
De acordo com esta instituição, os países da UE registraram um total de 5,2 milhões de óbitos em 2020. Trata-se de um forte crescimento de 11% em relação a 2019, quando as mortes somaram 4,7 milhões.
Para a Eurostat, esta tendência "reflete o impacto da pandemia da covid-19".
Um porta-voz do Eurostat disse que o número registrado em 2020 é "o mais alto desde 1961", primeiro ano a ter estatísticas disponíveis de todos os países do bloco.
O número de mortos aumentou em todos os países da UE durante este período, mas particularmente na Itália, com 111.700 mortes, 18% a mais do que no ano anterior.
A mesma tendência também se verificou a Espanha (+18%) e na Polônia (+17%), segundo dados da agência europeia de estatísticas.
Essa mortalidade contribuiu para um ligeiro declínio populacional em 2020, estimado em cerca de 312.000 pessoas. Assim, dos 447,3 milhões de habitantes que a UE tinha em 2020, agora são 447 milhões.
O número de nascimentos também continua em queda. O balanço natural (diferença entre o número de nascimentos e o número de óbitos) é negativo desde 2012 (exceto em 2014, quando foi igual a zero) e vem diminuindo desde 2016.
De 2001 a 2019 inclusive, a população aumentou 4%, um crescimento impulsionado, principalmente, por um saldo migratório positivo. Esse saldo diminuiu em 2020, no entanto, também por conta da pandemia.
– Houve um impacto, seja porque as fronteiras estavam fechadas, o que impediu os movimentos de população durante este período, ou porque as pessoas regressaram para seus países de origem, devido à perda de emprego, ou por outra causa – explicou Giampaolo Lanzieri, especialista da Eurostat.
Ainda assim, o principal elemento para explicar o declínio da população é o impacto da pandemia na mortalidade, disse ele.
A maior diminuição populacional foi observada na Itália, com uma redução populacional de 0,6%, seguida da Romênia (-0,7%) e da Polônia (-0,3%).