A agência ambiental ruandesa considerou nesta segunda-feira (31) que não há "risco iminente" de liberação de gás letal do lago Kivu, apesar de ser temida após a erupção do vulcão Nyiragongo na vizinha República Democrática do Congo (RDC).
A atividade sísmica em Nyiragongo, que incluiu terremotos com fissuras, começou em 22 de maio e se estendeu por quase uma semana.
Desde então, cerca de 400.000 pessoas foram evacuadas da cidade de Goma (no leste da República Democrática do Congo) por medo de uma nova erupção.
Mas também foram desalojadas por medo de uma "erupção límnica", que ocorre quando as águas profundas de lagos muito ricos em gás sobem de repente à superfície e liberam quantidades gigantescas de CO2 no ar, asfixiando as populações dos arredores.
Esta erupção pode ser provocada por um terremoto, um deslizamento de terra no lago ou uma erupção vulcânica.
O Observatório de Vulcanologia de Goma (OVG) mencionou recentemente esta hipótese e advertiu que a elevação dos gases do lago asfixiaria "todos os seres vivos ao redor do lago Kivu dos lados congolês e ruandês".
O Escritório de Proteção do Meio Ambiente de Ruanda (REMA) afirma, no entanto, em um comunicado que uma equipe de vigilância do lago Kivu "chegou à conclusão de que não existe um risco iminente de erupção de gás".
"O lago se encontra estável, como sempre esteve", acrescenta.
O comunicado destaca que apesar da preocupação com centenas de réplicas que sacudiram a região, a lava não deslizou para a água do lago.
Em 1986 houve uma liberação súbita de gás na superfície do lago Nyos, no noroeste do Camarões, situado nos flancos de um vulcão inativo. A nuvem tóxica, composta principalmente por dióxido de carbono, matou 1.746 pessoas por asfixia. Acredita-se que se deveu a uma erupção límnica.
* AFP