O peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do prêmio Nobel de Literatura, declarou, em um periódico mexicano, que a população do Peru deveria votar em Keiko Fujimori no segundo turno das eleições presidenciais. A disputa final, que ocorre no próximo dia 6 de junho, está entre Keiko, candidata do partido Força Popular, e Pedro Castillo, do Peru Livre. As informações são do jornal El Comércio.
Em sua coluna intitulada "Olhando para o abismo", no jornal mexicano Crónica, Llosa relembrou que “lutou sistematicamente contra o fujimorismo”. Isso porque, em 2016, quando Keiko disputava o pleito presidencial, ele chegou a dizer que esperava que os peruanos não cometessem “o grande erro” de elegê-la como mandatária do país. Em 1990, Vargas Llosa disputou a eleição presidencial contra o pai de Keiko, Alberto Fujimori, e foi derrotado.
Contudo, desta vez, o vencedor do Nobel afirmou que, ao ir às urnas, a população deve optar por Keiko. Segundo Llosa, ela “representa o mal menor e há, com ela no poder, mais possibilidades de salvar nossa democracia, enquanto com Pedro Castillo não vejo nenhuma”.
O escritor ainda criticou a política econômica de Castillo por, segundo ele, ser similar a praticada pela Bolívia e pelo Equador. Esse modelo, de acordo com Llosa, é calcado em uma “economia popular com mercados”, na qual as companhias que não aceitam as propostas de divisão de lucros impostas pelo governo “serão nacionalizadas, assim como as principais mineradoras, e centros de energia”
Em outro trecho da coluna, ele critica Keiko e relembra que ela foi presa por ter sido acusada de ter recebido propina da construtora Odebrecht - algo que a candidata nega. Porém, ele sobe o tom ao falar de Castillo e afirma que, nas mãos do candidato de esquerda, Peru cairia em um “golpe militar a curto prazo”. Acrescentou, por fim, que o governo de Castillo apresentaria "todas as características de uma sociedade comunista"