O ex-presidente da Mauritânia Mohamed Uld Abdel Aziz e uma dezena de altos funcionários foram acusados nesta quinta-feira (11) de corrupção e colocados sob controle judicial, informaram uma fonte judiciária e o advogado do ex-chefe de Estado.
Depois de chegar ao poder por meio de um golpe militar, Uld Abdel Aziz foi eleito em 2009 e reeleito em 2014 como presidente desse país de 4,5 milhões de habitantes da África Ocidental. Em seu último mandato, alçou ao poder Mohamed Uld Cheij El Ghazuani, seu ex-chefe de gabinete e ministro, mas as relações entre eles se deterioraram.
O juiz de instrução seguiu as recomendações do Ministério Público, que pediu a denúncia e o controle judicial de Uld Abdel Aziz, um de seus genros, dois ex-primeiros-ministros e vários ex-ministros e empresários, segundo fonte judiciária próxima à investigação, que preferiu permanecer anônima devido ao sigilo das investigações.
Um dos advogados do ex-presidente, Mohameden Uld Ichedu, confirmou. Seu cliente "se recusou a responder às perguntas do juiz, com base na imunidade que lhe é conferida pela Constituição", disse à AFP. Uld Abdel Aziz considera-se vítima de um "acerto de contas". Seu sucessor, por sua vez, garante que o Judiciário é independente.
A lista de acusações contra o ex-presidente que deverão ser investigadas é longa, indicou uma fonte próxima à promotoria. Inclui "corrupção, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, desperdício de bens públicos, concessão de vantagens indevidas e obstrução da Justiça", especificou.
Uma comissão parlamentar enviou à Justiça uma investigação preliminar sobre supostos atos de corrupção e desvio de fundos públicos durante os anos de Uld Abdel Aziz no poder. A comissão examinou vários aspectos: gestão das receitas petrolíferas, venda de propriedades estatais, liquidação de uma empresa pública que era responsável pelo fornecimento de alimentos ao país e as atividades de uma empresa pesqueira chinesa.
* AFP