Na falta de observadores da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), a eleição deste domingo (6) na Venezuela teve a participação de monitores iranianos. Mojtaba Zonnour foi o chefe de uma delegação parlamentar do Irã, convidada por Nicolás Maduro, para atestar a transparência dos resultados.
— O objetivo é desmontar as acusações e o ambiente de guerra psicológica criado pelos americanos na Venezuela — disse Zonnour.
Na outra ponta do espectro político, o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Mike Pompeo, disse que a eleição de hoje foi "uma farsa".
"A fraude eleitoral já foi cometida na Venezuela. Os resultados anunciados pelo regime ilegítimo de Maduro não refletirão a vontade do povo venezuelano. O que está acontecendo é uma fraude e uma farsa, não uma escolha", escreveu Pompeo no Twitter.
A União Europeia também rejeitou os resultados. Os chanceleres do bloco disseram hoje que buscarão "o máximo de consenso" com a oposição e países da região sobre o que fazer após o dia 5 de janeiro, quando a nova Assembleia toma posse.
A eleição, disputada por cerca de 14 mil candidatos de mais de cem partidos, vem com o país em profunda crise — sufocado pela inflação crescente, falta de abastecimento de água e gás, e afligido por cortes repentinos de energia.
A vitória daria ao governante Partido Socialista de Maduro o controle de uma Assembleia Nacional, com 227 assentos — a única instituição que não está em suas mãos. A participação inicial foi baixa, porém, com muitas seções eleitorais em Caracas vazias ou com poucos eleitores.
A Venezuela também foi fortemente atingida pela pandemia da covid-19, e os eleitores foram obrigados a usar máscaras e fazer o distanciamento social dentro dos locais de votação.