Enquanto aguardam que vacinas candidatas completem os ensaios e passem nos testes de segurança, os países latino-americanos aceleram as negociações e acordos para obter milhões de doses que cubram ao máximo suas populações.
Até agora, este é o panorama:
- Argentina -
Tem acordos prévios que vão abranger 28 milhões de pessoas, independentemente de serem vacinas de uma ou duas doses. A Argentina tem 44 milhões de habitantes.
Além de produzir a vacina Oxford/AstraZeneca junto com o México para distribuição em toda a região exceto Brasil, o governo anunciou a compra de 25 milhões de doses da russo Sputnik V.
- Brasil -
Com 212 milhões de habitantes, possui acordos bilaterais e também aderiu ao Covax, mecanismo da OMS.
O governo federal firmou com a Oxford/AstraZeneca a compra e produção de doses para vacinar 65 milhões de pessoas no primeiro semestre de 2021 e outros 65 milhões no segundo.
O governo paulista assinou outro acordo com a Coronavac para 45 milhões de doses, mas por conta de rivalidades políticas entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria, a vacina ainda não foi incluída nos planos do Ministério da Saúde.
- Chile -
Vários acordos foram assinados para imunizar seus 18 milhões de habitantes. O Covax garante 8 milhões de doses; Pfizer-BioNtech, 10 milhões.
Também reservou 14,4 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford e 20 milhões do laboratório Sinovac, na China. A campanha teria início no primeiro trimestre de 2021.
- Colômbia -
Negocia acordos com Pfizer, AstraZeneca, Janssen, Sinopharm, CanSino e o Serum Institute of India.
O país espera que o primeiro semestre de 2021 possa vacinar inicialmente 15 milhões de seus 49 milhões de habitantes: 10 milhões pelo mecanismo Covax e 5 milhões por compras bilaterais.
- Costa Rica -
O governo tem três acordos (Pfizer, AstraZeneca e Covax) que preveem a entrega no primeiro trimestre de 2021 de 6 milhões de doses para 3 milhões de pessoas em uma população de 5 milhões.
- Cuba -
Os institutos científicos estatais estão trabalhando em quatro projetos de vacinas denominados Soberana 01, Soberana 02, Mambisa e Abdala.
As autoridades esperam ter um deles e inocular toda a população no primeiro semestre de 2021.
Cuba tem experiência na obtenção de vacinas, já que fabrica 8 das 12 que utiliza em seu programa de imunização.
- Equador -
O Equador, com 17 milhões de habitantes, planeja vacinar cerca de 9 milhões de pessoas em uma primeira fase.
As autoridades anunciaram acordos com a Pfizer (2 milhões de doses) e AstraZeneca (5 milhões) com entregas progressivas em 2021, enquanto mantêm negociações com Novavax, Johnson & Johnson e Moderna.
Através do Covax receberá mais de 7 milhões de doses.
- México -
Assinou acordos com AstraZeneca, Pfizer e CanSinoBio no valor de 1,65 bilhões de dólares, que junto com o mecanismo Covax da OMS permitirá cobrir 116 milhões de mexicanos.
A entrega das vacinas começaria neste mês de dezembro, com os primeiros lotes da Pfizer e CanSinoBio. Nesse mês, até 2,6 milhões de pessoas poderiam ser vacinadas, mais 3,5 milhões de pessoas entre janeiro e fevereiro e 11 milhões de pessoas em março.
- Panamá -
Destinará 48 milhões de dólares para a compra de 4 milhões de doses da vacina Pfizer para vacinar 2 milhões de pessoas, quase a metade de sua população com duas doses por pessoa. Além disso, o Panamá aderiu ao mecanismo Covax.
- Peru -
Negocia com empresas farmacêuticas para vacinar 24,5 milhões de uma população de 32 milhões até 11 de abril de 2021.
Já possui 15 milhões de doses assegurados de convênios com a Pfizer (9,9 milhões) e o Covax (6 milhões).
- Venezuela -
Com a Rússia, concordou em receber 10 milhões de vacinas contra o Sputnik V até o primeiro trimestre de 2021. Também negocia com a China, embora não tenha dado detalhes. A campanha de vacinação terá início em abril.
- Uruguai -
O governo vai obter 1,5 milhão de vacinas por meio do Covax, para cobrir inicialmente 750 mil pessoas, dos quase 3,5 milhões de habitantes.
* AFP