O Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2020, concedido por um comitê do parlamento da Noruega. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (9).
É o 12º Prêmio Nobel da Paz concedido a uma organização ou personalidade da ONU ou vinculada às Nações Unidas.
O programa foi escolhido "pelos seus esforços em combater a fome, por sua contribuição para melhorar as condições de paz em zonas de conflito e por direcionar esforços para a prevenção do uso da fome como uma arma de guerra", declarou a presidente do Comitê Nobel, Berit Reiss-Andersen.
Este é o quinto Nobel anunciado neste ano (veja abaixo). Na próxima segunda-feira (12) será divulgado o vencedor na categoria Economia, fechando a premiação de 2020.
O prêmio, que consiste em uma medalha de ouro, um diploma e 10 milhões de coroas suecas (em torno de R$ 6,3 milhões), será entregue formalmente no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do empresário e filantropo sueco Alfred Nobel (1833-1896).
No total, 211 indivíduos e 107 organizações foram candidatos ao Nobel da Paz em 2020. No ano passado, o prêmio foi concedido ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed.
Veja os vencedores do Nobel 2020:
- Nobel de Medicina: Harvey Alter, Charles Rice e Michael Houghton, pela descoberta do vírus da hepatite C.
- Nobel de Física: Roger Penrose, Reinhard Genzel, e Andrea Ghez, por descobertas sobre buracos negros.
- Nobel de Química: Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna, pelo desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma.
- Nobel de Literatura: Louise Glück, poetisa norte-americana.
O Programa Mundial de Alimentos
O Programa Mundial de Alimentos foi fundado em 1961, tem sede em Roma e é financiado exclusivamente por doações voluntárias. A agência diz que distribuiu 15 mil rações de alimentos no ano passado e ajudou 97 milhões de pessoas em 88 países.
Os números podem parecer altos, mas representam apenas uma fração muito pequena das necessidades do mundo.
O programa se define como "a maior organização humanitária" em um mundo onde 690 milhões de pessoas, ou seja, uma em cada 11, sofreram de falta crônica de alimentos em 2019. Números que, sem dúvida, pioraram este ano com a pandemia do coronavírus.