A crise alimentar está piorando em todo o mundo à medida que a pandemia de covid-19 se arrasta. De acordo com representantes da Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU), dobrou o número de pessoas com insegurança alimentar aguda.
Arif Husain, economista-chefe do programa, afirma que o total saltou de 135 milhões de pessoas em 2019 para 270 milhões neste ano, superando o pico de crise anterior (pós-guerra do Iraque).
Husain disse que o mundo não viu tamanho choque no abastecimento e na demanda por alimentos em escala global no século passado. A pandemia chegou em uma época de colheitas abundantes e amplo suprimento de alimentos, mas as interrupções no comércio e no processamento e transporte deixaram milhões de pessoas com fome em algumas das regiões mais vulneráveis do mundo.
As interrupções na cadeia de abastecimento representam sérios desafios, já que os trabalhadores rurais em regiões como a Europa não conseguem cruzar as fronteiras por causa das restrições relacionadas à pandemia para chegar a lugares em que as safras estão prestes a serem colhidas.
Os trabalhadores rurais também foram duramente atingidos pela covid-19 nos Estados Unidos, assim como os trabalhadores de frigoríficos norte-americanos e europeus.