O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pediu nesta segunda-feira (26) o fim da "politização da covid". Ele indicou que há divisões políticas nos países devido ao coronavírus.
— Uma pandemia não é uma partida de futebol — afirmou, em entrevista coletiva, em Genebra, na Suíça.
Adhanom ressaltou a importância da colaboração global, e disse que o mundo deve evitar a todo custo o nacionalismo na vacinação, indicando que uma cooperação internacional pode trazer uma recuperação econômica mais rápida. O atual estágio da vacina Covax, testada em 184 países, foi descrito como um "grande progresso".
Um dos principais temas da coletiva foi o aumento de casos na Europa, que, com um terço das mortes na último semana, foi descrita como "epicentro" da pandemia.
— Vários países estão vendo aumento preocupante de casos e hospitalizações — afirmou Adhanom, que citou o fato de no final de semana, vários líderes terem tomado medidas "críticas" para conter casos.
— Ninguém quer mais lockdowns, mas, para evitá-los, precisamos fazer nossa parte insistindo na responsabilização individual — afirmou.
O diretor citou que, em conversas com a chanceler alemã, Angela Merkel, apreciou sua conduta, e pediu ação conjunta na União Europeia.
Diretor-executivo da OMS, Michael Ryan afirmou que não há evidências de que o aumento de casos ocorra por uma mutação do vírus, não sendo notado nenhum aumento na transmissibilidade até agora. Concluiu ainda que não deve haver uma "competição sobre qual é a melhor estratégia para conter o vírus".
Por meio da persuasão, lembrou que "não é questão de força, e, sim, de convencimento".
Sobre eleições, afirmou que são "fundamentais para democracia", e que vários processos "foram seguros" na pandemia, apontando para medidas "positivas, como ampliar horários de votação".