A maior parte dos 74.600 eleitores seychellenses votaram neste sábado (24) para eleger o seu presidente e seus deputados, no último dos três dias de eleição neste arquipélago de 115 ilhas espalhadas pelo oceano índico, onde a epidemia de covid-19 tem atingido o turismo.
Na quinta e na sexta, os agentes da campanha eleitoral percorreram em avião e barco as "ilhas remotas" para instalar efêmeros centros de votação para algumas centenas de residentes, essencialmente empregados de hotéis e da empresa pública de administração dos espaços protegidos.
Neste sábado (24) foi a vez dos eleitores das três principais ilhas do arquipélago -Mahé, Praslin, La Digue-, onde se concentra mais de 99% dos 98 mil habitantes das Seychelles. Os centros de votação fecharam às 19h locais.
Nesta terceira jornada eleitoral, foi registrada uma elevada participação de 32,3% às 12h e de 76,4% às 18h, uma hora antes do fechamento dos colégios eleitorais. Cerca de 87,4% dos eleitores participaram das eleições anteriores em 2015.
No norte de Mahé, o escritório de votação, instalado em uma escola de ensino médio localizada ao lado de uma magnífica praia de areia branca, foi brevemente fechada pouco depois de sua abertura para ser desinfetada pelas equipes e pelos funcionários que administram as eleições.
- "Tudo está indo bem" -
A oposição espera ganhar nesta ocasião a prefeitura do Estado, após ter vencido em 2016 as legislativas pela primeira vez na história do país, 40 anos depois da independência. Em 2015, perdeu a eleição presidencial por 193 votos.
Porém, chegou dividida a estas eleições, já que dois candidatos enfrentaram o atual presidente, Danny Faure, que permaneceu no poder nesses últimos quatro anos desde a renúncia de James Michel em 2016.
Faure, de 58 anos, votou em Beau Vallon, vizinho de Bel Ombre, e disse ter "decidido vir muito cedo para encorajar os seychellenses a cumprirem seu dever".
"Penso em ganhar estas eleições e respeitar a eleição e a vontade do povo seychellense", declarou.
O principal rival de Faure é o pastor anglicano Wavel Ramkalawan, que aspira pela sexta vez a presidência. Representa o Linyon Democratik Seselwa (LDS, União Democrática Seychellense), que é maioria no Parlamento com 19 dos 34 assentos.
"Por enquanto, não há nenhum motivo para não reconhecer os resultados, já que tudo está indo bem", disse Wavel Ramkalawan.
O terceiro candidato na corrida é Alain St Ange, ex-ministro do Turismo (2012-2016) que concorre sob as cores de seu partido One Seychelles, criado há um ano. Este brilhante orador poderá pagar suas idas e vindas entre a oposição e o poder.
Faure, candidato da United Seychelles, novo nome do ex-partido único que tem dado ao país todos os chefes de estado desde 1977, poderá ser vítima do desejo de mudança da população e na aposta da oposição.
- Economia, corrupção e droga -
A situação econômica do país, que sofreu duros golpes no turismo devido a pandemia da covid-19, é a maior preocupação dos eleitores, junto com a corrupção, um tabu no pequeno país onde todo mundo se conhece e onde a política e os negócios estão intimamente unidos.
A guerra às drogas é outro dos assuntos importantes da campanha, já que o país conta com o maior número de usuários de heroína por habitante do mundo.
Enquanto Seychelles tem registrado apenas 149 casos de covid-19, o vírus atingiu duramente a campanha eleitoral, que se viu privada dos comícios eleitorais, que servem como um termômetro de apoio e uma ferramenta para a demonstração de força em um país sem instituto de pesquisa.
* AFP