
A Espanha anunciou, neste domingo (25), que impor um toque de recolher no país entre às 23h e às 6h (exceção da região das Canarias), outra medida drástica em uma Europa afetada pela segunda onda do coronavírus, que provocou um recorde de casos diários nos Estados Unidos.
O governo de Pedro Sánchez decretou novo estado de alerta com mais restrições e previsto para se estender até 9 de maio. De março a junho a Espanha esteve sob confinamento.
No sábado (24) à noite, ao menos nove regiões espanholas pediram ao governo central para proclamar esse estado de alerta, embora algumas cidades e territórios já tenham se adiantado com restrições e toques de recolher locais, como Madri, Castilla e León (norte), Valença (leste) e Granada (sul).
Sánchez preparou o terreno na sexta-feira (23) ao afirmar que a situação é grave, que "as próximas semanas e os próximos meses" serão "muito difíceis" e que está disposto a tomar "todas as medidas necessárias" para conter a epidemia.
Vários países europeus já instauraram o toque de recolher. Na noite de sábado, dezenas de manifestantes da extrema direita protestaram contra o toque de recolher na Itália e enfrentaram as forças de ordem no centro histórico da capital italiana.
A Itália registrou um recorde de cerca de 20 mil novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, segundo a contagem oficial das autoridades. No total, o país — o primeiro da Europa duramente afetado pela pandemia — soma 500 mil casos e 37 mil mortos.
Na Bélgica, as autoridades adiantaram o toque de recolher de meia noite para as 22h, ordenaram o fechamento dos comércios às 20h e proibiram as atividades culturais e esportivas a partir de segunda-feira (26).
Na França, os deputados votaram no sábado para prolongar até 16 de fevereiro o estado de emergência de saúde, um regime de exceção que autoriza o Executivo a aplicar restrições contra a crise.
O toque de recolher de 21h às 6h, que no início envolvia 20 milhões de pessoas, foi ampliado no sábado para 46 milhões de habitantes no país, por seis semanas. A França registra mais de 1 milhão de casos e no sábado anunciou um recorde de 45.422 novos contágios em 24 horas.
Cerca de 8,5 milhões de pessoas contraíram a covid-19 na Europa, que registra mais de 260 mil mortos. A pandemia já deixou cerca de 1,2 milhão de mortos no mundo desde o final de dezembro, segundo um balanço da AFP no sábado.
Estados Unidos, o país com mais mortes no mundo, com mais de 224 mil óbitos e 8,6 milhões de casos, registrou no sábado um recorde de novos casos diários pelo segundo dia consecutivo, com cerca de 89 mil em 24 horas.
Na América Latina e Caribe, onde há mais de 387 mil mortos e cerca de 10,8 milhões de casos, a Colômbia superou neste sábado o valor simbólico do milhão de casos de covid-19 desde o início da pandemia, com 30 mil mortes.
No Chile, mais de 14,7 milhões de chilenos votam neste domingo em um plebiscito para decidir se mudam a Constituição. O país superou no sábado os 500 mil casos e quase 14 mil mortes em quase oito meses.
Por último, o governo argentino anunciou que abrirá as fronteiras para receber turistas de países limítrofes durante a próxima temporada de verão, visando melhorar um setor atingido em cheio pela pandemia de coronavírus.
A Argentina tem as fronteiras fechadas desde 20 de março, quando entrou em confinamento. As restrições continuam vigentes, embora moderadas em Buenos Aires e redondezas, onde vive um terço dos 44 milhões de argentinos.