Nesta quarta-feira (26), a NBA, liga profissional de basquete norte-americana, teve jogos da fase final cancelados devido à paralisação dos jogadores das franquias. O protesto tem como pano de fundo um novo episódio de violência policial contra negros nos Estados Unidos: o caso Jacob Blake, ocorrido em Kenosha, Wisconsin.
Jacob Blake, 29 anos, foi alvejado com sete tiros pelas costas por policiais na frente dos filhos no domingo (23). A tentativa de homicídio foi filmada e viralizou nas redes sociais. Na ocasião, a polícia local afirmou apenas que estava atendendo a um "incidente doméstico". Posteriormente, se revelou que Blake tentou apartar uma briga entre duas mulheres quando foi abordado pelos agentes de segurança. Blake está internado em estado grave e está com os movimentos do corpo paralisados da cintura para baixo.
Manifestantes voltaram às ruas dos Estados Unidos para protestar e exigir justiça a Blake desde a madrugada de domingo. Duas pessoas morreram em tiroteios durante esses protestos. Seus nomes não foram revelados pelas autoridades, apenas as idades: são dois homens, de 36 e 26 anos. Um adolescente de 17 anos, que morava na cidade de Antioch, Estado de Illinois, foi preso suspeito de um desses homicídios. Durante a quarta-feira, foram divulgados vídeos na mídia norte-americana nos quais ele empunha um fuzil e atira em manifestantes, sem intervenção da polícia.
Em resposta, o presidente norte-americano Donald Trump, que está envolvido com a convenção republicana que ratifica a sua candidatura à reeleição, enviou tropas da Guarda Nacional à cidade de Kenosha.
"Não vamos tolerar saques, incêndios criminosos, violência e ilegalidade nas ruas americanas. Mandarei a polícia federal e a Guarda Nacional a Kenosha para restaurar a lei e a ordem", afirmou. O governador do Estado do Wisconsin, Tony Evers, é do partido Democrata.
Em protesto, o Milwaukee Bucks, maior franquia de basquete do Estado de Wisconsin, não entrou em quadra nesta quarta-feira (26) para enfrentar o Orlando Magic pelos playoffs da NBA. O boicote foi uma forma de apoiar os novos protestos antirracistas, e foi seguido por outras franquias.
Em 25 de agosto, completaram-se três meses da morte de George Floyd, sufocado por um policial em Minneapolis em maio. Os protestos por justiça liderados pelo movimento Black Lives Matter estenderam-se por vários meses depois disso. O sindicato dos jogadores da NBA exigiu, para o retorno das atividades, que a inscrição Black Lives Matter fosse colocada nas quadras, além de mensagens antirracistas nas camisetas das franquias.