O novo primeiro-ministro da França, Jean Castex, descartou nesta quarta-feira (8) a possibilidade de um retorno do confinamento total no país em caso de novo surto do coronavírus. A declaração foi dada durante uma entrevista ao canal BFMTV.
— Meu objetivo é preparar a França para uma eventual segunda onda, preservando ao mesmo tempo nossa vida cotidiana, nossa vida econômica e social — disse Castex. — Mas não vamos impor um confinamento como o de março, porque aprendemos (...) que as consequências econômicas e humanas de um confinamento total são desastrosas — completou.
Castex explicou que, no caso de um novo surto do vírus, que deixou quase 30 mil mortos na França desde março, o governo privilegiará os confinamentos "localizados".
O primeiro-ministro, que comandou a fase de flexibilização do confinamento antes de assumir o cargo na sexta-feira (3), viajará no domingo (12) à Guiana Francesa. O território francês, que faz fronteira com o Brasil, está com a propagação acelerada da covid-19.
Na terça-feira (7), as autoridades anunciaram 124 novos casos no local, elevando o total a mais de 5 mil. Para enfrentar a situação, Paris enviou equipes médicas para reforçar o serviço no território.
Como consequência do impacto da pandemia do coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) francês registrará este ano um retrocesso recorde de entre 8% e 10%, de acordo com diferentes estimativas.