Os protestos pela morte de um homem negro em uma ação policial em Minneapolis, nos Estados Unidos, se propagaram a várias cidades na sexta-feira (29) à noite, apesar da Promotoria ter acusado um dos agentes envolvidos na operação de homicídio.
— O ex-policial de Minneapolis, Derek Chauvin, foi acusado pela Promotoria do condado de Hennepin por assassinato e homicídio culposo — disse o procurador do condado, Mike Freeman, especificando que a denúncia foi de homicídio preterdoloso, quando a morte da vítima resulta da prática de outro crime.
Chauvin é um dos quatro agentes demitidos após a divulgação do vídeo que mostra a imobilização e prisão de George Floyd na segunda-feira (25) por supostamente pagar uma loja usando uma nota falsa de US$ 20. Segundo as imagens, Floyd, que estava algemado e deitado no chão, foi imobilizado na rua por Chauvin, que apoiou o próprio joelho sobre o pescoço do homem por ao menos cinco minutos.
A família de George Floyd, 46 anos, para a qual o presidente Donald Trump informou ter ligado, celebrou a detenção do policial como um primeiro passo no "caminho para a justiça", mas a considerou "tardia e insuficiente".
"Queremos uma acusação por homicídio doloso com premeditação e queremos ver os outros agentes (envolvidos) presos", afirmou a família em um comunicado.
Quarta noite de protestos
A Casa Branca teve todos os seus acessos fechados por cerca de uma hora no fim da tarde de sexta-feira (29), quando uma multidão se aproximou do local durante um protesto pela morte de Floyd. Em Minneapolis, centenas de tropas foram enviadas na manhã de sexta, após a terceira noite de manifestações.
Centenas de pessoas se reuniram em vários pontos do país, como em Washington, mas também em Nova York, Dallas, Houston, a cidade natal da vítima, ou Las Vegas, Des Moines, Memphis e Portland. Em Atlanta viaturas de polícia foram incendiadas.
Na cidade de Minnesota entrou em vigor um toque de recolher na sexta-feira. A polícia usou gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes que desafiaram a ordem.
O prefeito de Minneapolis Jacob Frey declarou um estrito toque de recolher na cidade americana após três noites de distúrbios. Frey determinou que todas as pessoas esvaziem as ruas das 20h (22h de Brasília) às 6h, exceto membros da Polícia e da Guarda Nacional, deslocada para manter a paz, assim como o corpo de bombeiros e pessoal médico.