O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, continua nesta quarta-feira (8) na unidade de terapia intensiva, e sua condição de saúde é "estável". Ele foi hospitalizado no do;mingo (5) por conta do agravamento de seu estado de saúde devido ao coronavírus.
O secretário de Estado da Saúde, Edward Argar, disse ao canal privado Sky News que Johnson "está tranquilo e de bom humor".
— Ele recebeu oxigênio inicialmente, mas continua sem utilizar respirador — relatou.
A pneumonia foi descartada. O jornal The Times afirmou nesta quarta-feira (8) que a febre de Johnson, um dos sintomas que o levaram ao hospital, dez dias depois de contrair o coronavírus, havia diminuído.
O premiê, de 55 anos, está sendo tratado no Hospital St. Thomas de Londres por um dos principais especialistas do Reino Unido em questões pulmonares. Durante sua hospitalização, o líder conservador foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Domic Raab, que na terça-feira (7) manifestou sua confiança de que Johnson se recuperará rapidamente.
— Se eu sei alguma coisa sobre esse primeiro-ministro, é que ele é um combatente e voltará a nos guiar nessa crise em pouco tempo — afirmou em coletiva de imprensa.
Confinamento mantido
O governo britânico se esforça desde segunda-feira (6), quando seu chefe foi repentinamente transferido para terapia intensiva, tranquilizar o país, garantindo que Johnson deixou instruções muito claras sobre o caminho a seguir na luta contra a pandemia e que o trabalho do Executivo continua.
Crescem, porém, as perguntas sobre quanto poder Raab realmente tem à frente de um gabinete que toma decisões coletivamente — a menos que haja disparidade de opinião, caso em que seu chefe decide.
Amplamente criticado por tomar medidas de distanciamento social mais tarde do que seus principais vizinhos europeus, Johnson mudou de rumo de uma estratégia inicial aparentemente destinada a atingir um certo grau de imunidade coletiva e, em 23 de março, ordenou que o país ficasse em casa.
— Uma medida excepcional para circunstâncias excepcionais — disse ele em um discurso solene na televisão.
O prazo termina na próxima segunda-feira (13), mas, dada sua saúde e a "falta de dados científicos suficientes" para estabelecer com certeza a progressão da pandemia, o Executivo anunciou terça-feira (7) à noite que a revisão será adiada. Ou seja, o confinamento continua.
O Reino Unido está se tornando o novo ponto quente da covid-19 na Europa. O último balanço apontou um recorde diário de 786 mortes.
Mesmo que muitos concordem que a hospitalização do primeiro-ministro possa ter servido para aumentar a conscientização, alguns britânicos ainda desrespeitam as medidas de distanciamento social.
—É definitivamente um alerta para aqueles que não levavam a sério — disse à AFP Mark Gillis, funcionário de uma agência de comunicação. — O estado de Boris Johnson é bastante chocante e também mostra que pode afetar qualquer pessoa — acrescentou.
A rainha Elizabeth II, de 93, que está com seu marido, príncipe Philip, de 98, no Castelo de Windsor, oeste de Londres, é mantida informada sobre o estado de saúde de seu primeiro-ministro, de acordo com o Palácio de Buckingham.
E, na terça-feira (7), enviou uma mensagem à noiva de Johnson, Carrie Symonds, e a sua família, desejando-lhe uma recuperação "completa e rápida".