O novo presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, pediu neste domingo (1º) que se deixe de lado as ideologias no Mercosul. No discurso em que foi empossado no parlamento também anunciou medidas imediatas do seu governo nas áreas de segurança e economia, entre outras.
— Não deve importar a ideologia política de cada membro do Mercosul. (...) Se deixarmos de lado essas questões ideológicas que podem nos diferenciar, o bloco irá se fortalecer no conjunto internacional — disse o centro-direitista, que, com sua posse, neste domingo, encerrou 15 anos de governos de esquerda no Uruguai.
As diferenças entre os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Argentina, Alberto Fernández, pesam sobre o bloco econômico, formado também pelo Paraguai.
Após um compromisso de honra constitucional na Assembleia Legislativa e antes de seguir até a Praça Independência para receber a faixa presidencial das mãos de Tabaré Vázquez, Lacalle Pou repassou, em um discurso de 30 minutos, os temas que serão prioridade em sua gestão e anunciou medidas concretas.
Em um panorama econômico que classificou como "deteriorado", e após citar que 150 mil uruguaios perderam o emprego, o novo presidente destacou a importância de agir sobre o custo dos serviços:
— Temos um compromisso do qual não se pode fugir, de melhorar a qualidade e o preço dos serviços públicos, adequar os recursos humanos do Estado, gerar apoio direto às micro, pequenas e médias empresas.
Lacalle Pou insistiu em sua promessa de campanha de cortar os gastos públicos para reduzir o déficit fiscal:
— Todos sabemos que o cidadão já fez o esforço para sustentar os gastos públicos e o aparelho estatal. Este governo tem o compromisso de administrar de forma austera, cuidaremos de cada peso do contribuinte.
O novo presidente também citou um dos temas que mais preocupam a população e que analistas apontam como um fator relevante para a derrota da Frente Ampla, de esquerda: a insegurança.
— Estamos diante de uma emergência. O orçamento de segurança pública quadruplicou desde 2005, e, apesar do gasto, a piora aumenta a cada dia — assinalou.
Por isso, anunciou que irá convocar nesta segunda-feira (2) "todas as hierarquias policiais do país, para lhes dar orientações claras sobre a estratégia a ser levada adiante" frente à "enorme maioria de uruguaios que se sentem desprotegidos".