A violência voltou às ruas do Chile antes do início do tradicional festival de música popular da cidade de Viña del Mar. As autoridades temem nova radicalização nos protestos a partir de março.
Oito veículos foram queimados e 23 policiais ficaram feridos em confrontos organizados por pessoas contrárias à organização do Festival da Viña, que este ano foi inaugurado pelo cantor porto-riquenho Ricky Martin, que expressou apoio aos protestos sociais no Chile.
— Eu estou contigo Chile, nunca calados, sempre com amor e com paz — afirmou o cantor de 48 anos.
Convocados pelas redes sociais, milhares de manifestantes se reuniram nas proximidades da Quinta Vergara, o anfiteatro ao ar livre onde ocorre o festival, e protagonizaram confrontos violentos com a polícia, que estava preocupada em assegurar a entrada do público no evento.
Um hotel tradicional da cidade foi atacado e os hóspedes foram retirados. Ao menos 30 estabelecimentos comerciais também foram atacados e saqueados por manifestantes, que desejavam a suspensão do evento em apoio aos protestos sociais que começaram em outubro.
— Vocês foram testemunhas da violência destas pessoas, que não buscam outra coisa além do confronto com a polícia, prejudicar as pessoas. Tinham o objetivo claro de afetar, que o Festival da Viña não acontecesse — disse o general Hugo Zenteno, comandante local da polícia.
As autoridades anunciaram que as medidas de segurança serão redobradas nos próximos dias do evento. O governo do presidente Sebastian Piñera teme nova radicalização dos protestos a partir de março, quando terminam as férias de verão e grande parte das atividades são retomadas. Nas redes sociais já circula um calendário completo de protestos convocados para março.
Após um acordo com o Congresso, o governo Piñera promoveu um referendo para consultar os chilenos sobre se querem ou não reformar a Constituição, que permanece como uma herança da ditadura de Pinochet. A consulta ocorrerá em 26 de abril.