O julgamento político contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou em uma nova etapa nesta quarta-feira (22) depois que o Senado debateu até altas horas da noite as regras do processo e os republicanos bloquearam todos as tentativas dos democratas de convocar autoridades como testemunhas.
Antes de se concentrarem nas acusações atribuídas a Trump — abuso de poder e obstrução ao Congresso — os republicanos que dominam o Senado e a oposição democrata se enfrentaram durante 13 horas, até quase 2h desta madrugada (4h no horário de Brasília).
Todas as tentativas dos democratas de citar testemunhas chaves e obter documentos foram bloqueadas pela maioria republicana, um indício de como o processo vai transcorrer e que provavelmente terminará com a absolvição do presidente, que busca a reeleição em novembro.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, apresentou na segunda à noite um projeto de resolução sobre o procedimento com o qual busca estabelecer restrições às provas da investigação e à participação de testemunhas, além de buscar acelerar o processo.
Este cronograma estabelece três sessões de oito horas para a acusação, tempo equivalente para a defesa e depois 16 horas para os interrogatórios. Um passo a passo adaptado, após o inicialmente proposto de celebrar sessões vespertinas de 12 horas, criticado duramente pelos democratas.
Esta foi a única mudança admitida por McConnell. As 11 emendas apresentadas pelo chefe da bancada democrata, Chuck Schumer, para convocar altos funcionários próximos a Trump para depor e obter documentos foram rejeitadas sistematicamente, com os 53 senadores republicanos votando em bloco.
Por sua parte, Trump, que está em Davos para participar do Fórum Econômico Mundial, voltou a descrever o processo como uma "caça às bruxas que vem ocorrendo há anos".
O presidente norte-americano é acusado pressionar a Ucrânia a interferir a seu favor nas eleições de 2020, sugerindo ao presidente do país europeu que investigasse os negócios do filho de Joe Biden — um dos pré-candidatos democratas com mais chances de enfrentá-lo no pleito presidencial de novembro.
Os democratas que lideraram a investigação acusaram ainda o presidente de obstruir a investigação no Congresso ao recusar que seus principais assessores testemunhassem.