A equipe jurídica de Donald Trump enviou nesta segunda-feira (20) uma carta na qual considera o julgamento político contra o presidente dos Estados Unidos uma "perversão perigosa da Constituição" e pede para o Senado a absolvê-lo imediatamente.
Quase simultaneamente, os impulsores do impeachment na Câmara dos Deputados afirmaram, em resposta a um comunicado anterior de Trump, que o presidente teve uma "conduta corrupta para trapacear nas próximas eleições" e que o Senado deveria destitui-lo após "um julgamento justo".
O julgamento político de Trump começará nesta terça-feira, às 13h (horário local). Os senadores ouvirão os argumentos por seis horas por dia, seis dias por semana, em um exercício presidido pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts.
O documento escrito pela equipe jurídica de Trump, com mais de cem páginas, deixa claro que seus advogados se opõem à própria ideia do processo de impeachment. Eles alegam que as duas acusações feitas ao presidente — abuso de poder e obstrução do Congresso — pela Câmara dos Deputados, de maioria democrata, são "constitucionalmente deficientes".
Os advogados acrescentam que essas acusações são "o resultado de um processo inconstitucional sem precedentes que negou ao presidente o direito básico" de se defender e considera que "a única opção constitucional é rejeitar essas acusações e absolver o presidente".
Os democratas acusaram Trump de usar seus "poderes presidenciais para pressionar um parceiro estrangeiro vulnerável a interferir" nas eleições dos EUA "para seu próprio benefício". "Ao fazer isso, prejudicou nossa segurança nacional e nosso governo autônomo democrático", acrescentaram os democratas.
Os democratas acusaram Trump pelo crime de abuso de poder por pressionar a Ucrânia a investigar seu possível rival democrata nas próximas eleições, Joe Biden, e a acusação de obstrução ao Congresso por impedir que alguns de seus assessores testemunhassem no caso.