A França recordou nesta terça-feira (7) as vítimas do massacre ao Charlie Hebdo, ocorrido há exatos cinco anos, e que marcou o início de uma onda de ataques jihadistas no país. Cem pessoas reuniram-se em frente às antigas instalações do semanário satírico, no centro de Paris, onde, por volta do mesmo horário, em 7 de janeiro de 2015, dois jihadistas — os irmãos Sherif e Said Kouachi — invadiram a redação da revista e mataram 12 pessoas, entre funcionários e artistas.
O semanário tornou-se alvo de islamitas depois de publicar vários desenhos ironizando o profetá Maomé, em 2012, 2011 e 2006. Os irmãos afirmaram ter agido para se vingar da publicação no jornal de charges consideradas ofensivas para os muçulmanos.
— Vingamos o Profeta Maomé. Matamos a Charlie Hebdo! — gritaram enquanto fugiam do local do ataque.
As cerimônias de homenagem, que incluem leituras comemorativas, placas, coroas de flores e minutos de silêncio, foram muito sóbrias, a pedido das famílias das vítimas. Esses atos envolvem vários membros do governo, incluindo o ministro do Interior, o ministro da Justiça e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.
Outras homenagens estão agendadas para quinta-feira (9) em frente a um supermercado kosher, onde, dois dias depois do ataque à revista, um cúmplice dos irmãos Kouachi, Amedy Coulibalu, matou quatro pessoas, todas judias, depois de torná-las reféns. No dia anterior, ele já havia assassinado uma polícia municipal na cidade de Montrouge, ao sul de Paris, que também será homenageada na quarta-feira.
Esta série de atentados terminou com o ataque mais sangrento de todos. Na noite de 13 de novembro, uma sexta-feira, três comandos terroristas coordenaram ataques em um estádio de futebol, em bares e restaurantes em Paris e no salão de espetáculos de Bataclan, o que deixou ao todo 130 mortos.
Desde então, os ataques continuam e a ameaça terrorista permanecem alta, segundo a inteligência francesa. Agora, cinco anos depois, um novo capítulo será aberto na França: o do processo judicial.
De maio a julho deste ano, 14 suspeitos acusados de fornecer apoio logístico aos irmãos Kouachi e Coulibaly serão julgados em Paris perante um tribunal criminal especial.