A caçada da polícia francesa aos culpados pelos atentados terroristas que ocorrem na França, desde a úlima quarta-feira (9), terminou com a morte de três suspeitos nesta sexta (9). Quatro reféns que eram mantidos no mercado judaico em Vincennes também perderam a vida. Em três dias de ações terroristas na França, 20 pessoas perderam a vida.
A ligação entre as ações terroristas
De acordo com informações do periódico Le Parisien, o criminoso que fez os reféns no mercado judaico em Paris, Amedy Coulibaly, ligou para o canal de TV BFM por volta das 15 horas (horário de Paris), enquanto estava dentro do estabelecimento. O canal veiculou alguns trechos da ligação, na ocasião.
Na conversa, Coulibaly afirmou fazer parte do grupo Estado islâmico. Ele disse, ainda, ter recebido instruções do califado, dirigido por Abou Bakr al-Baghdadi, para realizar os ataques de Montrouge, na quinta-feira (8) – no qual um policial foi morto – além do que realizava no momento do contato, em Vincennes.
O criminoso afirmou que as ações estavam todas sincronizadas e previamente combinadas com os irmãos Kouachi. “ Sim. Nós estávamos sincronizados para realizar as operações. Estávamos combinados desde o início. Eles começaram com a Charlie Hebdo, e eu pelos policiais”, detalhou o homem, que foi morto durante a ação da polícia francesa no supermercado.
Como motivações o canal indica que ele queria vingar as crianças oprimidas na Palestina. Seria, inclusive, por isso, que o alvo escolhido teria sido um mercado judaico, frequentado, constantemente, por judeus.
Um suspeito ainda é procurado. Outros três foram mortos pela polícia.
A companheira de Coulibaly, Hayat Boumeddiene, 26 anos, que teria participado com ele do atentado em Montrouge, segue foragida. Said e Cherif Kouachi, suspeitos do atentado de quarta-feira (7) à Charlie Hebdo, foram mortos pela polícia francesa após intensa perseguição e cerco policial nesta sexta-feira (9). Várias explosões e tiros foram ouvidos nas proximidades da empresa gráfica na localidade de Dammartin-en-Goële, a noroeste de Paris. Ao menos uma pessoa foi feita refém, na ocasião.
A luta contra o terror e as manifestações populares na França
No fim da tarde desta sexta, o presidente da França, François Hollande, fez um pronunciamento sobre o desfecho da ação policial que terminou com três terroristas mortos. Hollande apelou por vigilância e cuidados do povo. Pregou união para a luta contra o terror. Hollande disse, ainda, que é preciso ser implacável contra o racismo e o antissemitismo. Ele afirmou que a ação desses fanáticos não tem nada a ver com a religião muçulmana.
O presidente francês parabenizou o trabalho dos policiais e, por fim, convocou a população para um grande ato em homenagear às vítimas dos atentados, no domingo (11), em Paris. Afirmou que muitos chefes de estado já confirmaram presença. Na quarta-feira (7), manifestações em solidariedade às vítimas do atentado na revista foram registradas por todo o mundo.
Atentado à revista satírica francesa Charlie Hebdo
Na quarta, um ataque contra os escritórios da revista satírica francesa Charlie Hebdo deixou 12 mortos em Paris. Três homens armados abriram fogo no local por volta do meio-dia (9h de Brasília), no que é considerado o atentado mais violento em 54 anos na França.
Entre os mortos, estão quatro renomados cartunistas. Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb e também editor da revista, o lendário Wolinski, Jean Cabu e Bernard Verlhac, conhecido como Tignous. Além deles, outros quatro funcionários da Charlie Hebdo, um policial, um agente, um funcionário que trabalhava no prédio e um convidado que visitava a redação foram mortos.