A Câmara de Representantes dos Estados Unidos votará na quarta-feira (15) o envio ao Senado das acusações contra o presidente Donald Trump. A informação foi repassada nesta terça pela líder da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi.
"O povo americano merece a verdade, e a Constituição exige um julgamento", disse em comunicado. "A Câmara de Representantes procederá agora votar, na quarta-feira, 15 de janeiro, se transmitirá os artigos do julgamento político", assim como a composição da equipe que realizará o processo no Senado.
Se as denúncias forem enviadas ao Senado, será iniciado o julgamento de impeachment contra o presidente americano, que será o terceiro na história do país a enfrentar um processo de afastamento do cargo.
A congressista pela Califórnia se reuniu pela manhã a portas fechadas com membros de sua maioria para fixar as modalidades e o calendário do procedimento.
A resolução também deve definir que membros da Câmara desempenharão o papel de procuradores durante o julgamento do presidente republicano.
Trump é acusado de abuso de poder para convencer a Ucrânia a desprestigiar um de seus rivais políticos e depois de ter obstruído a investigação do Congresso. Os republicanos, por sua vez, denunciam uma "caça às bruxas" orquestrada pelos democratas.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell não esconde sua intenção de buscar a absolvição de Trump. Ele afirmou estar pronto para agir rapidamente, logo que a Câmara autorizar o envio das acusações ao Senado.
— A Câmara causou dano suficiente. O Senado está pronto para assumir suas responsabilidades — disse ele na segunda-feira (13), na Câmara alta.
Segundo as regras do Senado, o julgamento começará quando a equipe de representantes da Câmara cruzar os corredores do Capitólio para se somar ao Senado e ler as acusações contra Trump. Depois, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, constitucionalmente responsável por supervisionar os debates, vai jurar ser "imparcial" diante dos 100 senadores — ao mesmo tempo juízes e jurados do processo.
Com apenas 47 das 100 cadeiras do Senado, os democratas sabem que são mínimas as chances de conseguirem afastar Trump. Para isso, é necessária uma maioria de dois terços. Ainda assim, esperam entregar à Casa informações constrangedoras sobre o presidente dos Estados Unidos.
Sem testemunhas e documentos adicionais, "o processo do Senado se transformará em uma farsa, uma reunião transmitida pela televisão para um julgamento simulado", reconheceu na segunda-feira o líder democrata do Senado, Chuck Schumer.
Os democratas votaram em um julgamento político convencidos de que Trump usou recursos do Estado para pressionar a Ucrânia. Seu objetivo era forçar o anúncio de uma investigação sobre Biden, um de seus potenciais oponentes na eleição presidencial de novembro.