Neste domingo (8), o presidente do Comitê Judicial da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Jerry Nadler, disse que se o caso do julgamento político contra o presidente Donald Trump fosse submetido a um júri "haveria um veredito de culpa em três minutos".
O congressista Jerry Nadler assegurou à CNN que a evidência de que Trump pôs seus interesses pessoais acima aos de seu país, ao lidar com a Ucrânia, é "sólida como uma rocha". Quando perguntado se ele estava certo de que Trump teve uma conduta inadequada no caso da Ucrânia, respondeu que "sim":
— Temos um caso muito sólido. Acho que com o caso que temos, se apresentado a um júri, haveria um veredito de culpa em três minutos.
Ele também não descartou a possibilidade de uma votação na Câmara Baixa para acusar Trump antes do próximo fim de semana. Isso levaria rapidamente a uma votação no Senado, controlado pelos republicanos, onde se espera que o presidente norte-americano seja absolvido.
O comitê de Nadler se reunirá nesta segunda-feira (9) para começar a avaliar as evidências reunidas pelo Comitê de Inteligência sobre Trump ter vinculado a ajuda militar, e uma reunião com o presidente Volodimir Zelenski, a um pedido para que Kiev investigasse seu potencial adversário nas eleições de 2020, o democrata Joe Biden, e o filho dele, Hunter.
Nadler não especulou sobre o que poderia ser incluído nos artigos de julgamento político, mas detalhou que a principal acusação se centraria em que Trump "buscou a interferência estrangeira nas eleições várias vezes, tanto para 2016 quanto para 2020, e tentou escondê-la". Segundo ele, isso representa "um perigo real e atual para a integridade da eleição" de novembro.
O congressista não detalhou se, nas acusações formais, será incluída a ingerência russa nas eleições de 2016 para favorecer Trump.
A maioria dos republicanos mantém o apoio a Trump, dizendo que não há evidências claras e diretas de que ele pressionou a Ucrânia para obter ganhos políticos pessoais.
O congressista Mark Meadows, um firme defensor de Trump, disse à CNN que o presidente estava legitimamente preocupado com a corrupção na Ucrânia e que não fez nada de inadequado em telefonema a Zelenski. Meadows também descartou que algum republicano da Câmara vote a favor da destituição.