O ex-presidente boliviano Evo Morales disse, nesta terça-feira (17), em Buenos Aires, estar "convencido" de que seu partido — o Movimento ao Socialismo (MAS) — será o próximo ganhador nas eleições em seu país.
— Estou convencido de que vamos ganhar as próximas eleições. Não vou ser candidato, mas tenho direito de fazer política — afirmou Morales em uma entrevista coletiva, sem especificar quem será o candidato de sua sigla.
No último fim de semana, Morales iniciou a campanha eleitoral de seu partido, ao reaparecer publicamente no bairro portenho de Liniers, no oeste da cidade. É lá que vive uma grande parte da comunidade boliviana. Depois, reuniu-se com o presidente Alberto Fernández e com sua vice, Cristina Fernández de Kirchner.
— Minha obrigação, agora que não sou candidato, agora que não sou presidente, é que possa acompanhar candidatas, ou candidatos, para que possam ganhar as eleições — declarou o líder indígena da etnia aimará.
Morales pediu uma missão internacional que garanta eleições livres e transparentes. Em várias oportunidades, foi muito crítico a Organização dos Estados Americanos (OEA) e de seu secretário-geral, Luis Almagro. Responsabilizou-o pelas mortes registradas na Bolívia no período de protestos.
A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da OEA na Bolívia concluiu, em seu informe, que houve "manipulação dolosa" das últimas eleições e apontou a impossibilidade de validar os resultados que favoreceram Morales. Também denunciou a "parcialidade da autoridade eleitoral".
Consultado sobre quem será o candidato do MAS e seus aliados, respondeu:
— Estamos debatendo. Vamos ir com o melhor candidato, alguém que garanta não apenas o voto indígena, mas também o voto da classe média e da classe empresarial.
Entre as opções, mencionou lideranças como Adriana Salvatierra e Andrónico Rodríguez.
Evo Morales chegou a Buenos Aires em 12 de dezembro, após breve estada no México e em Cuba. Renunciou à Presidência em 10 de novembro, depois de duas semanas de violentos protestos nas ruas.