A futura presidente interina da Bolívia, senadora Jeanine Añez Chávez, afirmou nesta segunda-feira (11) que novas eleições serão convocadas. A ideia, conforme Jeanine, é que em 22 de janeiro já tenha sido decidido quem será o novo mandatário do país. Uma sessão do Congresso Nacional foi chamada para esta terça-feira (12).
— Vamos convocar eleições com personalidades comprovadas, que realizem um processo eleitoral que reflita o desejo e o sentimento de todos os bolivianos — disse a segunda vice-presidente do Senado na entrada da Assembleia Legislativa de La Paz.
A Jeanine Añez Chávez corresponde a presidência interina da República após a renúncia de todos aqueles que a precederam na linha de sucessão a Morales. Jeanine é do partido Democratas, de oposição a Evo.
— Já temos um calendário. Acredito que a população grita para que no dia 22 de janeiro haja um presidente eleito — disse Añez.
Eleito pela quarta vez como presidente da Bolívia, Evo Morales renunciou ao cargo no domingo (10). Diante da divulgação de um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) que apontou "graves irregularidades" no processo eleitoral, Morales sofreu pressões de policiais e militares. Mesmo com a divulgação de novas eleições, o mandatário não conseguiu conter a ira da oposição e decidiu deixar o mandato.
Pela Constituição boliviana, a sucessão passa primeiro para o vice-presidente da República, depois para o presidente do Senado e então ao presidente da Câmara dos Deputados. Contudo, todos eles renunciaram com Morales, criando uma situação de incerteza na linha de sucessão constitucional. Ainda no domingo (10), a senadora reivindicou o direito de assumir o cargo.
Também nesta segunda-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu urgência aos legisladores da Bolívia para que nomeiem novas autoridades para renovar o Tribunal Supremo Eleitoral e garantir novas eleições.
Preocupada com a crise política e institucional e com a gravidade e a violência das manifestações no país, a OEA emitiu documento em que afirma rejeitar qualquer saída inconstitucional à situação.
"A Secretaria-Geral solicita que a Assembleia Legislativa Plurinacional da Bolívia se reúna com urgência para garantir o funcionamento institucional e designar novas autoridades eleitorais que garantam um novo processo eleitoral. Da mesma forma, é importante que a Justiça continue investigando as responsabilidades existentes em relação à prática de crimes relacionados ao processo eleitoral realizado em 20 de outubro, até as últimas consequências", afirmou, em nota, a OEA.