O governo da nova presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, reconheceu nesta quinta-feira (14) o líder da oposição Juan Guaidó como presidente da Venezuela. A informação foi dada pela ministra da Comunicação, Roxana Lizárraga.
— Esse é o reconhecimento que a Bolívia faz a partir desse momento — acrescentou, dois dias após a posse da nova presidente.
Guaidó é reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por 50 países, mas, na prática, o controle do país permanece nas mãos do governo chavista de Nicolas Maduro, um forte aliado de Morales.
Maduro condenou no domingo (10) o que denunciou como "golpe de Estado" na Bolívia.
— É um golpe de Estado, sem meias medidas (...) golpe de Estado na Bolívia! Golpe contra Evo Morales com a OEA cravando uma punhalada! — disse Maduro por telefone durante uma entrevista coletiva do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Eleito pela quarta vez como presidente da Bolívia, Evo Morales renunciou ao cargo no domingo (10). Diante da divulgação de um relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA) que apontou "graves irregularidades" no processo eleitoral, Morales sofreu pressões de policiais e militares. Mesmo com a divulgação de novas eleições, o mandatário não conseguiu conter a ira da oposição e decidiu deixar o mandato.
Pela Constituição boliviana, a sucessão passa primeiro para o vice-presidente da República, depois para o presidente do Senado e então ao presidente da Câmara dos Deputados. Contudo, todos eles renunciaram com Morales, criando uma situação de incerteza na linha de sucessão constitucional. Ainda no domingo (10), a senadora reivindicou o direito de assumir o cargo.