Confrontos entre manifestantes e militares deixaram três mortos e 30 feridos nesta terça-feira (19) em El Alto, na Bolívia. Diversos protestos ocorrem no país há um mês, desde que foi apontada suposta fraude nas eleições, desencadeando na renúncia de Evo Morales.
Um comunicado das Forças Armadas destacou que "agitadores e vândalos enfurecidos" atacaram e destruíram a central de combustíveis Senkata, "utilizando explosivos de alto poder". Segundo ministro da Defesa, Luis Fernando López, apesar das três mortes, "das Forças Armadas não partiu um só disparo".
López atribuiu a violência a "hordas" que "estão recebendo ordens, dinheiro, álcool e coca para causar temor, pânico". Do México, onde está asilado, Morales escreveu no Twitter:
"Eu denuncio ao mundo que o governo de fato no estilo de ditaduras militares novamente mata meus irmãos em El Alto, que resistem pacificamente ao golpe e lutam em defesa da vida e da democracia".
A presidente interina Jeanine Áñez assinou um decreto nos últimos dias, descrito pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) como "grave", que isenta os militares de processos penais se gerarem vítimas em suas tarefas de manutenção da ordem no país, convulsionado há um mês. Para tentar acalmar a situação, Áñez prometeu realizar eleições presidenciais e legislativas em breve, mas sem precisar a data.