O número de mortos nos protestos violentos que afetam o Chile subiu para 15, três a mais que no balanço oficial anterior. O anúncio foi feito nesta terça-feira (22) pelo subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, em entrevista coletiva.
Também nesta terça, o presidente Sebastián Piñera tentará encontrar uma saída para a explosão social que abala o país há cinco dias, com uma série de reuniões com os líderes dos partidos políticos. Após afirmar, no domingo, que o Chile estava "em guerra", Piñera mudou o tom e disse estar em busca de "um acordo social".
— Vamos explorar e oxalá avançar para um acordo social que nos permita a todos, unidos, nos aproximarmos com rapidez, eficácia e também com responsabilidade em busca de melhores soluções para os problemas que afetam os chilenos — afirmou.
Os protestos começaram na sexta-feira, motivados pelo aumento do preço da passagem do metrô em Santiago — medida que o governo suspendeu —, mas rapidamente foram ampliados para um movimento maior, que apresenta outras demandas sociais.
As manifestações provocaram confrontos com as forças de segurança, saques e incêndios em estabelecimentos comerciais. Santiago e a maioria das 16 regiões do Chile se encontram em estado de emergência, e 10 mil militares e policiais foram mobilizados para impedir novos atos de violência nos protestos.
As autoridades temem um agravamento do cenário depois que Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), o sindicato mais influente do país, e outras 18 organizações sociais convocaram greves e mobilizações para quarta e quinta-feira em Santiago. Os sindicatos de trabalhadores da saúde pública também anunciaram uma paralisação e protestos diante do ministério da Saúde, no centro da capital chilena, durante a semana.
A onda de violência perdeu intensidade durante a madrugada desta terça-feira, a terceira noite com toque de recolher em Santiago e outras oito regiões chilenas. Nos dias anteriores, os distúrbios terminaram com 2,2 mil detidos.