Um ataque a uma mesquita no Afeganistão, realizado durante a oração desta sexta-feira (18), deixou 62 mortos e 33 feridos, segundo balanço das autoridades da província de Nangarhar, na fronteira com o Paquistão. O Talibã condenou o ataque, que atribui às forças do governo ou ao grupo terrorista Estado Islâmico.
O porta-voz do governo regional, Attaulá Jogyani, afirmou que os mortos eram em sua maioria jovens e estavam orando no momento da explosão. Segundo Jogyani, os explosivos foram colocados no interior da mesquita e acionados à distância.
O ataque acorre após a Organização das Nações Unidas (ONU) publicar um novo relatório na quinta-feira com o número "sem precedentes" de civis mortos ou feridos no Afeganistão entre julho e setembro. O documento, que também observa a situação ao longo de 2019 até agora, enfatiza que "os afegãos foram expostos a níveis extremos de violência por muitos anos", apesar das promessas de todas as partes de "prevenir e mitigar os danos ao meio ambiente e aos civis".
O relatório ressalta o preço que os civis têm que pagar, dada a crença generalizada de que nenhum partido poderá vencer a guerra no Afeganistão.
– As vítimas civis são totalmente inaceitáveis – disse o representante especial da ONU no Afeganistão, Tadamichi Yamamoto, acrescentando que o documento demonstra a importância das negociações que levem a um cessar-fogo e a um acordo político permanente.
Os números, 1.174 civis mortos e 3.139 feridos de 1º de julho a 30 de setembro, representam aumento de 42% em relação ao mesmo período de 2018.