O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (26), em transmissão ao vivo nas redes sociais, que autoridades estrangeiras cooptaram o cacique Raoni Metuktire, considerado uma das maiores lideranças indígenas no país.
Em live nas redes sociais, ele disse que respeita o líder étnico, mas ressaltou que "abusaram da boa fé" dele. Mais cedo, o presidente havia defendido que o cacique não tem monopólio sobre os demais índios e que ele "não fala a nossa língua".
— Eles abusaram da boa fé do Raoni, mas ele não fala pelos índios. Eu respeito ele, pela idade dele. Alguns chefes de Estado pegaram o Raoni e cooptaram o Raoni — disse.
Na transmissão online, feita ao lado da índia youtuber Ysani Kalapalo, Bolsonaro voltou a negar que tenha sido agressivo no discurso que fez na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em sua fala, ele fez ataques a líderes europeus e a veículos de imprensa.
— Eu ofendi algum chefe de Estado? Alguma nação? Os outros que me antecederam, era discurso para ser aplaudido. O que você podia tirar disso, nada — disse.
Para rebater a avaliação, o presidente leu o título de reportagem publicada pela Folha, segundo a qual ele adotou "tom agressivo".
— Eu fui agressivo? Eu ofendi algum chefe de Estado? — questionou.
Mais cedo, na porta do Palácio do Alvorada, Bolsonaro afirmou que setores da imprensa quiseram "desgastar" e "esculachar", e que o objetivo deles é "derrubar o governo".
— Eles queriam que eu fosse para falar abobrinha, enxugar gelo e passar o pano. Não fui ofensivo com ninguém. Seria muito mais cômodo fazer um discurso que fosse aplaudido, mas não teria coragem de olhar para vocês — disse.
Na opinião de Bolsonaro, seu discurso foi "patriótico" e um "marco".
Em uma nova crítica indireta, ele acusou o presidente francês Emmanuel Macron de adotar uma postura colonialista em seu discurso de preservação da floresta amazônica.
— A ONU foi criada no passado contra um espírito colonialista. E um país, que não citei o nome do país, quer voltar com isso — disse.