O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (14) que os parlamentares democratas de origem estrangeira deveriam retornar a seus países, o que gerou críticas imediatas e o fez ser chamado de racista e xenófobo.
Em uma rede social, Trump não citou especificamente nenhuma congressista, mas sua menção às "representantes democratas progressistas" foi interpretada como referência a um grupo de mulheres liberais mais jovens que integram pela primeira vez a Câmara dos Representantes, entre elas Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York; Ilhan Omar, de Minessota; e Rashida Tlaib, do Michigan.
Trump escreveu que estas representantes "vieram de países cujos governos são uma catástrofe completa, os piores, mais corruptos e ineptos" do mundo. O presidente disse ser "interessante" ver como estas mulheres "dizem aos Estados Unidos, a maior e mais poderosa nação da Terra, como se deve conduzir" o governo.
"Por que não retornam e ajudam a consertar os lugares quebrados e infestados de crimes de onde vieram?"
Esta é a mais recente de uma série de declarações polêmicas de Trump, que inclui a de janeiro de 2018, quando ele chamou as nações africanas, Haiti e El Salvador de "países de merda" durante uma discussão sobre imigração.
Resposta
— É um tuíte racista — afirmou ao canal Fox News o representante democrata Ben Ray Luján, parlamentar de origem latina que ocupa o cargo de mais alto escalão no Congresso. — Trata-se de cidadãos americanos escolhidos por eleitores neste país — assinalou.
Alexandria Ocasio-Cortez respondeu a Trump com um tuíte: "Você está aborrecido porque não pode conceber um país que nos inclua", escreveu.
A congressista acrescentou que o presidente não aceitará uma nação que veja "a saúde como um direito ou a educação como prioridade número 1. No entanto, aqui estamos", tuitou.
Já Rashida Tlaib assinalou: "Estou lutando contra a corrupção no NOSSO país. É o que faço todos os dias quando, como congressista, faço a sua administração prestar contas."
A líder da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, fez uma crítica em sua conta no Twitter: "Rejeito os comentários xenófobos de @realDonaldTrump , que tentam dividir nossa nação". Segundo Pelosi, os comentários reafirmam que "seu plano para fazer com que a América seja grande outra vez sempre foram sobre fazer com que a América volte a ser branca."
O grupo de direitos civis muçulmanos com sede em Washington Council on American-Islamic Relations rejeitou o tuíte de Trump: "É triste ver o ocupante do Salão Oval passar de empoderar e incentivar insultos raciais a usá-los ele mesmo."