O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, ordenou um exercício de "ataque de longo alcance", horas após a Coreia do Sul revelar que o vizinho lançou, pela segunda vez em menos de uma semana, mísseis de curto alcance.
A informação foi divulgada pela KCNA, agência de notícias estatal em Pyongyang, nesta sexta-feira (10). "No posto de comando, o líder supremo, Kim Jong Un, foi informado sobre um plano de exercício de ataque e deu a ordem para a realização", noticiou a KCNA.
Na quinta-feira (9), Pyongyang disparou aparentemente dois mísseis de curto alcance de Kusong, na província de Pyongan do Norte, segundo o Estado-Maior sul-coreano. A KCNA não precisa que tipo de arma foi testada e evita usar as palavras "míssil", "foguete" e "projétil".
"A mobilização e o ataque bem sucedidos, planejados para testar a habilidade de reação rápida das unidades de defesa [...] mostrou o poder destas unidades, que estavam totalmente preparadas para realizar de forma competente qualquer operação e combate", assinalou a KCNA.
O comunicado ocorre no momento em que os Estados Unidos anunciaram captura do "Wise Honest" — um dos maiores navios cargueiros norte-coreanos — por violar as sanções internacionais ao exportar carvão e importar maquinaria, e o presidente Donald Trump perguntar abertamente sobre a vontade de Kim Jong Un de negociar seriamente a desnuclearização da península.
O lançamento de dois projéteis também coincidiu com a visita a Seul de um enviado dos Estados Unidos para tentar desbloquear as negociações sobre a crise nuclear entre Washington e Pyongyang. Na Casa Branca, Trump disse que observa o lançamento de mísseis "muito seriamente" e criticou este passo dado por Pyongyang.
— Eram mísseis pequenos, de curto alcance. Ninguém está contente com isso — disse o presidente a jornalistas. — A relação continua, mas vamos ver o que acontece. Sei que querem negociar, falam sobre isso. Mas não penso que estão prontos para negociar —destacou.
Na reunião em Singapura, em junho de 2018, o líder norte-coreano se comprometeu com Trump a "trabalhar pela desnuclearização completa da península coreana".